País deve estar aliado aos fortes para crescer
Angola deve aliar-se aos fortes para desenvolver a sua economia, considerou o Presidente João Lourenço.
O Chefe do Estado angolano concluiu, na terça-feira, a deslocação oficial de três dias a França, durante a qual se encontrou com o Presidente Emmanuel Macron e visitou vários empreendimentos económicos.
Ao dirigir-se à comunidade angolana em França, que encheu por completo o salão de uma das maiores mediatecas da cidade de Toulouse (sul do país), João Lourenço recorreu à célebre frase de que “se queres ser forte aliate aos fortes”.
O Presidente da República louvou o papel da França, e sublinhou o facto de ter acolhido muitos angolanos durante os momentos mais difíceis da História de Angola. João Lourenço destacou os “momentos interessantes” que teve com o Presidente Macron e o encontro com cerca de 150 empresários franceses.
“Inicialmente estavam previstos 80 empresários, mas a sala tinha 150”, disse o Presidente da República, e acrescentou que isto revela o interesse da França em investir em Angola.
Em função dos resultados do encontro, João Lourenço anunciou que empresários franceses “estão de malas feitas para Angola” e explicou que a prioridade do Executivo é a diversificação da economia e isto deve contar com o apoio de países desenvolvidos.
Combate à corrupção
O Presidente da República admitiu que a luta contra a corrupção vai criar “alguns desentendimentos e um certo mal-estar”. João Lourenço comparou a corrupção a “um cancro que é preciso extirpar, porque mata a economia e a esperança de um povo”.
O Chefe de Estado pediu “a todos os angolanos” para se mobilizarem nesta luta. “Não podemos recuar, esta é uma luta de todos, não só de uma pessoa. Ou lutamos todos e vencemos a corrupção ou perdemos”.
O Presidente da República sublinhou a necessidade de se criar um ambiente para atrair o investimento estrangeiro “o que requer a alteração de alguma legislação”. Assegurou que isso já está a ser feito, “porque muitas leis não favorecem o investimento”.
O Chefe de Estado precisou que o Executivo está a trabalhar na facilitação e isenção de vistos para possibilitar o aumento do investimento.
Números oficiais indicam que 20 mil angolanos vivem na França, mas a Confederação das Associações Angolanas naquele país admite que existem cerca de 70 mil, já que muitos não estão registados nos serviços consulares.
O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, fez uma avaliação “muito positiva” da visita do Presidente da Republica a França, durante a qual foram passadas em revista as relações bilaterais e a cooperação económica.
Os acordos assinados nos diversos domínios, sublinhou, testemunham a importância das conversações realizadas. Manuel Augusto acrescentou que a visita a alguns empreendimentos do sector agropecuário abre novas perspectivas para que a cooperação com a França possa potenciar as capacidades do país e ajudar a desenvolver projectos agrícolas com base em novas tecnologias.