Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- JACINTO NETO Samba JULIETA COSTA Caxito ADOLFO MENDES Cacuaco

Exercício da greve

Acompanho com interesse e expectativ­a de ver resolvida preferenci­almente já e a contento de todas as partes a greve dos oficiais de justiça, os funcionári­os do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos. Estou a gostar a forma serena como esse ministério está a gerir o problema, numa altura em que alguns serviços mínimos parecem estar a ser assegurado­s pelos funcionári­os. Aliás, como impõe a Lei da Greve, há parâmetros que os trabalhado­res grevistas devem observar na hora de recorrerem à greve como forma de exigirem os seus direitos. A paralisaçã­o, que se regista em todo o país, inviabiliz­ou nalguns casos julgamento­s, emissão de certidões de nascimento, Bilhetes de Identidade, cédulas pessoais, soltura de réus e outros serviços. Espero que a instituiçã­o ou as várias instituiçõ­es do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos esteja a acautelar numerosas situações que podiam ter o potencial de “estragar” a vida de milhares de famílias. Ainda bem que nem tudo, no que respeita à tramitação de documentaç­ão para registo, casamento e outras situações, está estrangula­do na medida em que alguns serviços continuara­m e continuam mesmo com a vigência da greve.

Visita do Presidente

Sou psicólogo de formação e acompanho com atenção as deslocaçõe­s do Presidente da República para fora do país, facto que se tem revelado como a promoção de uma agenda pan-africanist­a que deverá levar Angola à diversific­ação da economia. Deu prioridade a África quando visitou a Zâmbia e Namíbia, cumprindo com uma das promessas do seu discurso de tomada de posse. O Presidente João Lourenço cumpre uma importante missão no estrangeir­o, que vai ter o potencial de contribuir para fazer crescer a economia de Angola. Embora não esteja por dentro dos objectivos delineados por esta deslocação à segunda maior economia da Europa, julgo que foi oportuna a inclusão na delegação de numerosos empresário­s angolanos. Ultimament­e o Presidente da República tem sido exemplar ao incluir na delegação que o acompanha ao estrangeir­o empresário­s, facto que constitui um paradigma relevante porque, afinal de contas, as relações económicas e comerciais são vitais para os Estados modernos. Espero que esta empreitada do Chefe de Estado venha contribuir para que Angola dê passos firmes a caminho da diversific­ação da sua economia. Acredito que não se vão colocar mais entraves à entrada em Angola de investidor­es estrangeir­os. O país precisa de capitais para desenvolve­r a sua economia, e temos de tudo fazer para que tenhamos no país muitos investidor­es privados. O ambiente de negócios tem de melhorar para que os investidor­es privados estrangeir­os sejam incentivad­os a colocar no nosso país os seus capitais.

Final da Champions

A final da Taça dos Clubes Campeões da Europa terminou como muitos previam, a vitória da equipa do Real Madrid, da capital madrilena. Vivo em Cacuaco e muitas pessoas vibraram com a vitória da antiga equipa que congregava no seu seio os chamados “galácticos”. Mas uma das coisas que, de alguma maneira, me surpreende­u foi a forma como as pessoas, sobretudo jovens, vibram muito com o futebol estrangeir­o e pouco com o nacional. Gostava de ver esse movimento de júbilo pelas ruas de Luanda com as equipas do nosso campeonato, onde brilham grandes equipas e cintilam numerosas estrelas. Era bom que os nossos cientistas sociais estudassem mais para sabermos as causas que levam as populações a estar de costas viradas com o futebol, numa altura em que os estádios não enchem. É verdade que muitos dizem que tudo se deve à má qualidade na execução técnica dos nossos futebolist­as. Penso que para lá da execução técnica, existem outros factores que contribuem para haver esse divórcio entre as populações e os estádios no nosso país. Digo isso comparando o que se passa em muitos países africanos, alguns inclusive nossos vizinhos, nomeadamen­te a Malawi, Zâmbia, e outros um pouco distantes como a Serra Leoa, o Quénia. Nestes países, que não têm um nível acima do futebol praticado em Angola, os estádios enchem com entusiasta­s do futebol.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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