Manifestações e greve geral contra a austeridade
Mais de dez mil pessoas manifestaram-se ontem em Atenas contra a austeridade, em dia de greve geral na Grécia, país que está na recta final do resgate financeiro da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A maior manifestação, realizada antes das marchas de protesto de sindicatos e da extrema esquerda, reuniu cerca de 7.000 pessoas, segundo a Polícia da capital grega, e foi convocada pela frente sindical Palme, de ideologia comunista.
A greve geral de 24 horas, convocada pelas confederações sindicais dos sectores privado (GSEE) e público (Adedy) perturbou o sector do turismo, com os transportes aéreos sem ligações com as ilhas e a paralisação de urbanos, sem comboios.
Os protestos ocorrem no momento em que a Grécia deve retornar aos mercados financeiros em Agosto, após a conclusão do terceiro plano de resgate financeiro da UE e do FMI.
O primeiro resgate financeiro à Grécia data de 2010 e, desde então, as políticas de austeridade não tiveram paralelo na Zona Euro e o país assistiu a 50 greves gerais. A autonomia financeira da Grécia deve afrouxar parcialmente as políticas de rigor económico, mas o país, que se encontra sobre-endividado, deve permanecer sob vigilância reforçada.
Atenas prometeu reduzir ainda mais os valores das pensões e aumentar os impostos em 2019 e 2020.
O Governo acaba de chegar a um acordo com os credores - do país sobre uma série final de reformas, a serem concluídas antes do Verão (no hemisfério Norte). As medidas serão comunicadas ao Parlamento até 14 de Junho.
Em 21 de Junho, numa reunião de ministros das Finanças da Zona Euro, a Grécia espera que os seus credores entrem num acordo “global” para enquadrar a saída da crise.