Economia menos exposta aos factores climatéricos
Angola saiu da lista de países em que os factores climatéricos ainda representam séria ameaça para o crédito soberano
A agência de notação financeira Moody’s retirou Angola da lista de países cuja qualidade do crédito é mais vulnerável aos factores climatéricos, devido à saída das pessoas da pobreza extrema e das zonas rurais, de acordo com notícias de um relatório publicado na imprensa internacional.
O crédito soberano de Angola permanece vulnerável devido ao impacto projectado das mudanças climatéricas nos rendimentos das colheitas de arroz, trigo e milho, nas cheias e também devido à evidência histórica de um número relativamente elevado de desastres naturais, declara um relatório da agência enviado aos investidores.
O documento é uma actualização da análise sobre a susceptibilidade de um país a eventos de risco climatérico, baseado na abordagem apresentada em 2016, que constata que há 39 países nestas condições, 17 dos quais em África e os restantes 12 na Ásia.
“Angola também tem níveis baixos de rendimento e uma capacidade limitada de resposta a choques, mas a sua dependência do sector agrícola é baixa e a susceptibilidade geral a riscos de mudanças climatéricas diminuiu porque a avaliação no índice melhorou, alicerçada por um declínio da população rural e em situação de pobreza”, escrevem os analistas.
O documento nota que a lista permanece a mesma face aos valores de 2016, havendo, no entanto, nove países que entraram, nomeadamente, Camarões, Ilhas Maurícias, Filipinas, Ruanda, eSwatini, Tajiquistão e Tanzânia, ao passo que Angola, Arménia e Bolívia saíram.
“Em termos absolutos, a vulnerabilidade de cada país não mudou de forma muito significativa”, diz a Moody’s, explicando que a alteração surge porque “relativamente à lista mais alargada de países, que inclui alguns na região da África subsaariana altamente expostos ao clima, Angola, Arménia e Bolívia ficam, em comparação, menos susceptíveis”.
A Moody’s elevou, a 27 de Abril, a Perspectiva de Evolução do “rating” de Angola de negativo, subiu para estável, uma semana depois das autoridades terem assinado com o FMI um Instrumento de Coordenação de Políticas, e de a agência S&P ter melhorado a nota e na mesma semana em que o Ministério das Finanças estava a apresentar aos investidores a intenção de lançar uma emissão de dívida pública de dois mil milhões de dólares em Maio.
Nessa avaliação, a Moody’s cortou, entretanto, a nota da dívida de Angola, de B2 para B3, concluindo assim o processo de revisão em baixa iniciado em Fevereiro passado.
A Moody’s elevou, a 27 de Abril, a Perspectiva de Evolução do “rating” de Angola de negativo para estável, uma semana depois das autoridades terem assinado com o FMI um Instrumento de Coordenação de Políticas