Escola Superior do Cuango carece de infra-estruturas
O estabelecimento escolar funciona desde 2012 e alberga também estudantes de mais quatro municípios da província
A falta de infra-estruturas para absorver a população estudantil e outras actividades pedagógicas está a dificultar as acções tendentes ao alargamento e abertura de novos cursos na Escola Superior Politécnica do Cuango, na LundaNorte, afirmou o decano da instituição, Domingos Maiato.
Segundo o académico, a escola funciona desde 2012 e constitui o ponto de partida para o reforço das políticas que visam garantir a oferta de oportunidades de formação de quadros, sobretudo de jovens dos municípios localizados na região sul da Lunda-Norte.
Além dos estudantes residentes no município do Cuango, a Escola Superior Politécnica recebe jovens de mais quatro circunscrições municipais da província da Lunda-Norte (Xá-Muteba, Capenda -Camulemba, Caungula e Lubalo).
Devido à falta de infra-estruturas, segundo Domingos Maiato, a Escola Superior Politécnica do Cuango administra numa primeira fase, o curso de licenciatura em Pedagogia, com as opções de “Gestão e Inspecção Escolar e Ensino Primário”.
Domingos Maiato disse que, devido à falta de oferta diversificada de cursos, de 2013 a 2016 a Escola Superior Politécnica da Lunda-Norte registou uma redução substancial de candidatos.
O académico disse que acções concretas devem ser desencadeadas pelo ministério de tutela com o objectivo de fortalecer a escola com mais infra-estruturas, para o êxito do Plano Nacional de Formação de Quadros, por ser um instrumento de crucial importância na aplicação de estratégias de promoção de emprego e valorização de recursos humanos nacionais.
Domingos Maiato disse que a Escola Superior Politécnica do Cuango, à semelhança de outras instituições criadas pelo Executivo, está determinada a assegurar uma formação académica e profissional de excelência na administração pública e a garantir a capacitação de quadros qualificados, com reflexos positivos na economia do país.
Domingos Maiato manifestou-se preocupado com a gritante carência de infraestruturas, que em sua opinião pode inviabilizar uma série de projectos que visam colocar cursos diversificados à disposição da comunidade estudantil da região, além da promoção de algumas actividades de carácter científico e de responsabilidade social, como simpósios, conferências e palestras.
De acordo com o decano da Escola Superior Politécnica do Cuango, existe um projecto de iniciativa do Governo Provincial da Lunda-Norte que aguarda pela disponibilização de dinheiro, para a construção de dez salas de aula, seis gabinetes, um auditório e um campo multiusos.
Não obstante às limitações impostas pela carência de infra-estruturas,DomingosMaiato acrescentou que “a escola continua a desenvolver o seu trabalho com muita satisfação”. Desde a sua entrada em funcionamento, a instituição já colocou à disposição do mercado de trabalho 67 técnicos superiores.
Na semana finda foi aberta a sessão de defesa de tese de 15 trabalhos de fim de curso do ano passado. Neste ano académico estão matriculados 360 estudantes, disse Domingos Maiato, que acrescentou que a institucionalização do ensino superior no Cuango permitiu tirar muita juventude de actividades adversas à boa conduta social.
Professores
A falta de infra-estruturas, de acordo com o decano, não é o único elemento que dificulta o funcionamento da Escola Superior Politécnica do Cuango. No conjunto de embaraços, a escola debatese com o problema da regularização do quadro efectivo de docentes.
O decano Domingos Maiato frisou que o processo de ensino na escola é assegurado por 15 docentes, dos quais quatro são quadros efectivos da instituição.
“Nós precisamos de regularizar a situação da efectividade dos nossos docentes, porque dos 15 que temos só quatro são efectivos. Por isso, pedimos ao Ministério do Ensino Superior que nos ajude a resolver esse problema”, defendeu o decano, que recordou que os professores contratados que asseguram a instituição não têm vínculo laboral com nenhum organismo público, pelo que têm a Escola Superior Politécnica do Cuango como o seu primeiro emprego.
O decano Domingos Maiato disse estar consciente de que além da vertente da formação académica, a Escola Superior Politécnica, por ser nova, necessita de se afirmar no campo da extensão universitária e reforçar a sua responsabilidade social junto das comunidades da região académica.
O académico informou que a escola aposta em continuar a desenvolver projectos destinados a certificar a credibilidade e crescimento da Universidade Lueji A’nkonde, a nível da 4ª Região Académica do país, que compreende as províncias da Lunda-Norte, Malanje e Lunda-Sul.