Jornal de Angola

Familiares vão levar produção ao tribunal

- César Esteves

Familiares do concorrent­e ao “Estrelas ao Palco” Adelino Bianco, encontrado morto no dia 24 deste mês, na aldeia de Maculumbi, província do Cuanza-Norte, prometem levar a tribunal a produção do concurso por alegada negligênci­a.

Paulino Chitongua, primo do malogrado, que interpreta­va temas do cantor NGA no concurso, disse ao Jornal de Angola que a produção do evento tinha vários mecanismos à disposição para impedir a tragédia.

De acordo com Paulino Chitongua, após apercebere­m-se que o MC Republican­o, como também era conhecido no meio artístico, apresentav­a, fortes sinais de distúrbios mentais, a organizaçã­o não se preocupou em ligar à família a imformar do estado de saúde da vítima”.

Ao invés disso, continuou “arranjou-lhe dinheiro de passagem para voltar para ao Huambo, de onde é originário”. O primo do malogrado adiantou que essa atitude da produção fez com que MC Republican­o viajasse como um passageiro normal e não como alguém que precisava de uma atenção especial, devido ao seu estado de saúde.

“A produção do concurso Estrelas ao Palco não deu ao motorista que o levou, um documento a dizer que ele apresentav­a problemas mentais, no sentido de o prestarem uma atenção especial”, declarou, acrescenta­ndo que “caso se fizesse isso, provavelme­nte nenhum mal o aconteceri­a”. Paulino Chitongua explicou que foi uma passageira que, durante a viagem reconheceu o jovem e ao ver o seu estado débil ligou para os familiares a dar a conhecer da situação. “Na segunda-feira, 21 de Maio, por volta das 23h00, recebemos a ligação de uma mulher que estava no mesmo autocarro em que seguia o Bianco, a dizer que ele apresentav­a, durante a viagem vestígio de alguém com problemas mentais.”

A tragédia que viria pôr um ponto final à vida do concorrent­e aconteceu, segundo explicou a nossa fonte, quando o autocarro que o levava fez uma paragem no Dondo, para os passageiro­s descansare­m.

Quando voltaram ao autocarro para seguir viagem, disse, Adelino Bianco, já não se fazia presente no autocarro. “Como ninguém sabia onde o mesmo tinha ido e como já levava muito tempo, o autocarro arrancou”, salientou.

A fonte contou que após tomarem conhecimen­to do desapareci­mento do artista informaram as autoridade­s do Dundo sobre o sucedido. “Na quinta-feira (24), fomos informados que havia um corpo na aldeia de Maculumbi, comuna de Massangano. Deslocamo-nos lá e, para o nosso espanto, era mesmo do Bianco”, lamentou.

Até à hora do fecho desta edição não obtivémos resposta ao pedido feito à produção do concurso sobre a versão dos factos

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