CARTAS DOS LEITORES
Ordenamento do território
Durante o conflito armado, as grandes cidades acolheram milhares de compatriotas que acabaram por erguerem os seus abrigos nem sempre respeitando as normas de construção e ordenamento do território. O conflito armado terminou há mais de 15 anos e nesta altura, julgo que não faz sentido que tenhamos bairros com construções completamente desordenadas. Embora seja leigo em termos de ordenamento do território, julgo que não sentido que testemunhemos o surgimento de bairros novos com casas erguidas sem que as entidades ligadas à fiscalização intervenham para corrigir.
O curioso é que grande parte dessas construções, correctamente chamadas de anárquicas, foram e têm sido erguidas com a licença de construção emitida pelas administrações. Não sei como é que essas entidades não ajudam no sentido da liberdade de construção ser também acompanhada de algumas regras.
Não é compreensível que em tempo de paz continuem a surgir bairros novos com uma tipologia que muito se aproxima de musseques. Estas construções, os musseques, na minha opinião, foram erguidas numa conjuntura de emergência, realidade que se não compatibiliza com a conjuntura actual marcada por paz, segurança e estabilidade.
Frio e agasalho
Estamos na época de frio e a necessidade de agasalho, quer para adultos, quer para os mais novos, se acentua nesta fase. Escrevo como encarregado de educação, preocupado com a condição das crianças sobretudo ao dormirem. Tenho-me visto na condição e obrigação de, ao longo da noite, pelo menos uma ou duas vezes, despertar para ver como estão as crianças. Inicialmente cobertas, quase sempre encontro-as indevidamente agasalhadas, levando-me a agasalhá-las novamente com a mesma coberta ou lençol em uso em casa. Com isto pretendo chamar a atenção dos outros encarregados ou tutores de menores porque às noites algumas crianças acabam por se destapar.