Políticos alemães pedem expulsão do embaixador norte-americano
Líderes da esquerda na Alemanha pediram ontem a expulsão do embaixador dos Estados Unidos em Berlim, um acérrimo defensor do Presidente Donald Trump, que foi acusado de tentar interferir nos assuntos internos do país.
Richard Grenell assumiu o cargo a oito de Maio e, imediatamente, provocou polémica ao escrever no Twitter que as empresas alemães deveriam deixar de fazer negócios com o Irão, depois do Governo dos Estados Unidos ter abandonado o acordo nuclear assinado com a República Islâmica em 2015.
Também teria afirmado no fim-de-semana, de acordo com a imprensa, que a sua ambição é “fortalecer” as políticas e os líderes conservadores na Europa.
Grenell gerou mais uma polémica ao convidar para um almoço a 13 de Junho o chanceler conservador austríaco Sebastian Kurz, a quem chamou de “estrela do rock”
O líder social-democrata Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, pediu que o diplomata seja reenviado ao seu país.
“O que faz este homem é inaudito na diplomacia internacional”, afirmou à agência DPA.
“Se o embaixador alemão afirmasse em Washington que estava lá para fortalecer os democratas, receberia um chute no traseiro”, acrescentou Schulz, após ter acusado no Twitter Grenell de se comportar como “um oficial colonial de extremadireita”. A líder do partido de extrema-direita Die Linke, Sahra Wagenknecht, afirmou que o Governo deveria expulsar Grenell de modo imediato. “Alguém como o embaixador americano Richard Grenell, que considera que pode ser o senhor da Europa e determinar quem governa nela, não pode seguir mais como diplomata na Alemanha”, disse Wagenknecht ao jornal Die Welt.
O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros pediu explicações sobre os comentários de Grenell. O tema deve ser abordado num encontro, que já estava marcado, hoje, entre o embaixador e o secretário de Estado Andreas Michaelis.