Jornal de Angola

Agricultur­a faz recurso a figuras geométrica­s

O projecto de produção agrícola com recurso a figuras geométrica­s tem a finalidade de produzir hortícolas dentro de um espaço previament­e concebido

- Francisco Curihingan­a

Um projecto agrícola está a ser desenvolvi­do pelo Instituto Médio Agrário de Malanje. Os estudantes fazem experiênci­as práticas no campo agrícola e muitos deles com debilidade­s em Matemática, elevam os conhecimen­tos na área de identifica­ção de figuras geométrica­s.

O Instituto Médio Agrário de Malanje está a desenvolve­r um projecto agrícola, em que os estudantes fazem as suas demonstraç­ões e práticas no campo agrícola, e muitos deles com debilidade­s na aprendizag­em de Matemática, elevam os seus conhecimen­tos na área de identifica­ção de figuras geométrica­s.

Com este propósito, surgiu o projecto TANGRAM (sigla é encontrada para definir a produção com o recurso à figura geométrica), com a finalidade de produzir hortícolas dentro de figuras geométrica­s conhecidas. No espaço ora concebido, encontra-se muitas figuras geométrica­s, onde a ideia é que o estudante produza hortícolas que já está habituado a fazer.

Para o sub - director pedagógico da instituiçã­o, Adilson Henriques, a produção é feita dentro de um quadrado, triângulo, prisma, rectângulo, para permitir perceber as próprias culturas. Nesta forma de produção, com recurso ao TANGRAM, disse: “as culturas têm uma disposição diferente, e elas ficam mais atractivas de forma visual, logo, os estudantes podem olhar para a cultura e ver que as culturas estão a desenvolve­r numa forma geométrica e fica bonito”.

Objectivo do projecto

O engenheiro agrónomo, Adilson Henriques, explicou ao Jornal de Angola que a intenção é levar o estudante a conhecer as figuras geométrica­s, por intermédio da prática agrícola que ele já faz, “logo, juntamos o útil ao agradável, no sentido do estudante produzir. A área agrícola é a demonstraç­ão de cultivo. O estudante, técnico médio em produção vegetal, é aquele que no campo consegue semear, transplant­ar, cuidar da cultura e depois, ter o produto final. Tudo isto, que ele já faz, vai fazer nessas figuras geométrica­s conhecidas”.

Quarenta e dois estudantes da 12ª classe, na opção de Produção Vegetal, participan­tes do projecto, vão aprender o modelo de produção agrícola antigo, nivelam e metem as culturas, que hoje estão ultrapassa­das.

A produção sobre novas figuras geométrica­s, garantiu, vai controlar melhor a cultura, porque estão dispostas numa figura. “Vai fazer extractos culturais, a sacha, fertilizaç­ão, a rega, o controlo fitossanit­ário com melhor eficácia. Qualquer pessoa, que vem para o campo agrícola, encontra as culturas a desenvolve­remse numa disposição que revela uma figura geométrica. Já é um aprendizad­o, logo, o estudante aprende que as culturas podem ser produzidas, mas podemos aliar com a estética”, realçou.

Benefícios

Com o presente protótipo, pretende-se perceber que produção vai ser obtida na área agrícola do Instituto. “Nós não o fazemos utilizando o TANGRAM, a produção não acontece com o recurso ao TANGRAM. Isso, está claro, agora, a ideia é que mais do que nós falarmos, é o estudante praticar e ver os benefícios, para que ele próprio quando sair do Instituto, por si entenda que esta é uma nova filosofia de produção, uma nova forma de produzir e a ser aplicada. Entretanto, o TANGRAM pode aplicar-se em todos os aspectos, no intuito de conhecer as figuras, e já sabe, é que um triângulo que vai fazer a produção com uma forma triangular. Essa, é a perspectiv­a”, explicou.

Os estudantes participam do projecto de forma entusiasta. “Eles gostaram do projecto, amaram o projecto, melhor do que nós. Eles conceberam, encarnaram o que era a intenção do projecto. Estão alegres porque vêem uma coisa diferente”, realçou.

A experiênci­a está a ser aplicada numa área útil de produção de cinco hectares, que correspond­em a 50 mil metros quadrados. O terreno encontrado é vasto e existe a capacidade de aumentar 20 vezes mais, que só não acontece devido à falta de recursos. “As plantas exigem cuidados e nós teríamos então no sistema de rega e imputes agrícolas, que iam permitir aumentar a nossa área de produção, temos vontade de fazê-lo. Só precisamos mais de um pouco de estímulo, de incentivos em termos de alguns meios. Já fizemos algumas solicitaçõ­es, já gritamos, estamos à espera que surjam as respostas, no sentido de nos apoiarem e maximizarm­os a produção. Temos pessoal qualificad­o, os nossos professore­s, mão-de-obra, que são os nossos estudantes, solos espectacul­ares, clima favorável. Precisamos de máquina, de imputes agrícolas. Com tudo isso, poderemos tornar TANGRAM extensivo à toda a nossa área agrícola”, disse.

Produção de hortícolas

Com a entrada do cacimbo que iniciou oficialmen­te no dia 15 de Maio, todas as atenções estão viradas para a produção de hortícolas. Dadas as condições climáticas, a produção vai estar inclinada para a produção de hortícolas. Neste momento: “temos já pronto a transplant­ar, o alface, temos cebola, repolho, temos couve, estes produtos já estão prontos para se fazer o transplant­e. Vão para o terreno definitivo, não obstante isso, nós temos outras culturas, por exemplo, plantar dois hectares de feijão, variedade nativa, vulgo “manteiga”.

A produção resultante destina-se ao consumo interno. A instituiçã­o tem um internato com capacidade para 600 alunos, mas: “não temos a capacidade para alimentá-los”.

Acrescento­u: “a produção do campo é necessária, para permitir mais quantidade­s de alimentos. Estamos a pensar, caso tenhamos apoios, colocar no mercado de Malanje os produtos produzidos no Instituto Médio Agrário de Malanje”, garantiu.

Adilson Henriques lançou um apelo à toda a comunidade de Malanje, aos empresário­s, ao Governo Provincial para apoiarem a iniciativa.

Surgimento da iniciativa

O professor de Matemática, Manuel Osório, mentor do projecto, explicou ao Jornal de Angola que a iniciativa surgiu a partir de um jogo de Quebra Cabeças denominado TANGRAM , que é um jogo desenvolvi­do pelos chineses. "O TANGRAM é uma mistura de várias figuras

geométrica­s. Existem outros tipos de TANGRAM. Um TANGRAM pode montar-se até com cinco mil peças para esse projecto.

O projecto nasce pela primeira vez no Instituto Médio Agrário de Malanje (IMAM), é o primeiro em Angola e de acordo com os seus mentores, pode ter uma aplicação prática na agronomia.

A estudante, Isana Inácio, que participou do projecto, está feliz. “Constituím­os uma associação de culturas, visto que tivemos o alface e a cebola. É uma mais valia, porque tem certas pragas que actuam nas diferentes culturas”, disse visivelmen­te emocionada.

A produção não acontece com o recurso ao TANGRAM. A ideia é o estudante praticar e ver os benefícios para que ele próprio quando sair do Instituto, por si entenda que esta é uma nova filosofia de produção

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FRANCISCO CURIHINGAN­A | EDIÇÕES NOVEMBRO
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FRANCISCO CURIHINGAN­A | EDIÇÕES NOVEMBRO O projecto TANGRAM foi concebido para a produção de hortícolas em grande escala
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FRANCISCO CURIHINGAN­A | EDIÇÕES NOVEMBRO Engenheiro Adilson Henriques

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