Agricultura faz recurso a figuras geométricas
O projecto de produção agrícola com recurso a figuras geométricas tem a finalidade de produzir hortícolas dentro de um espaço previamente concebido
Um projecto agrícola está a ser desenvolvido pelo Instituto Médio Agrário de Malanje. Os estudantes fazem experiências práticas no campo agrícola e muitos deles com debilidades em Matemática, elevam os conhecimentos na área de identificação de figuras geométricas.
O Instituto Médio Agrário de Malanje está a desenvolver um projecto agrícola, em que os estudantes fazem as suas demonstrações e práticas no campo agrícola, e muitos deles com debilidades na aprendizagem de Matemática, elevam os seus conhecimentos na área de identificação de figuras geométricas.
Com este propósito, surgiu o projecto TANGRAM (sigla é encontrada para definir a produção com o recurso à figura geométrica), com a finalidade de produzir hortícolas dentro de figuras geométricas conhecidas. No espaço ora concebido, encontra-se muitas figuras geométricas, onde a ideia é que o estudante produza hortícolas que já está habituado a fazer.
Para o sub - director pedagógico da instituição, Adilson Henriques, a produção é feita dentro de um quadrado, triângulo, prisma, rectângulo, para permitir perceber as próprias culturas. Nesta forma de produção, com recurso ao TANGRAM, disse: “as culturas têm uma disposição diferente, e elas ficam mais atractivas de forma visual, logo, os estudantes podem olhar para a cultura e ver que as culturas estão a desenvolver numa forma geométrica e fica bonito”.
Objectivo do projecto
O engenheiro agrónomo, Adilson Henriques, explicou ao Jornal de Angola que a intenção é levar o estudante a conhecer as figuras geométricas, por intermédio da prática agrícola que ele já faz, “logo, juntamos o útil ao agradável, no sentido do estudante produzir. A área agrícola é a demonstração de cultivo. O estudante, técnico médio em produção vegetal, é aquele que no campo consegue semear, transplantar, cuidar da cultura e depois, ter o produto final. Tudo isto, que ele já faz, vai fazer nessas figuras geométricas conhecidas”.
Quarenta e dois estudantes da 12ª classe, na opção de Produção Vegetal, participantes do projecto, vão aprender o modelo de produção agrícola antigo, nivelam e metem as culturas, que hoje estão ultrapassadas.
A produção sobre novas figuras geométricas, garantiu, vai controlar melhor a cultura, porque estão dispostas numa figura. “Vai fazer extractos culturais, a sacha, fertilização, a rega, o controlo fitossanitário com melhor eficácia. Qualquer pessoa, que vem para o campo agrícola, encontra as culturas a desenvolveremse numa disposição que revela uma figura geométrica. Já é um aprendizado, logo, o estudante aprende que as culturas podem ser produzidas, mas podemos aliar com a estética”, realçou.
Benefícios
Com o presente protótipo, pretende-se perceber que produção vai ser obtida na área agrícola do Instituto. “Nós não o fazemos utilizando o TANGRAM, a produção não acontece com o recurso ao TANGRAM. Isso, está claro, agora, a ideia é que mais do que nós falarmos, é o estudante praticar e ver os benefícios, para que ele próprio quando sair do Instituto, por si entenda que esta é uma nova filosofia de produção, uma nova forma de produzir e a ser aplicada. Entretanto, o TANGRAM pode aplicar-se em todos os aspectos, no intuito de conhecer as figuras, e já sabe, é que um triângulo que vai fazer a produção com uma forma triangular. Essa, é a perspectiva”, explicou.
Os estudantes participam do projecto de forma entusiasta. “Eles gostaram do projecto, amaram o projecto, melhor do que nós. Eles conceberam, encarnaram o que era a intenção do projecto. Estão alegres porque vêem uma coisa diferente”, realçou.
A experiência está a ser aplicada numa área útil de produção de cinco hectares, que correspondem a 50 mil metros quadrados. O terreno encontrado é vasto e existe a capacidade de aumentar 20 vezes mais, que só não acontece devido à falta de recursos. “As plantas exigem cuidados e nós teríamos então no sistema de rega e imputes agrícolas, que iam permitir aumentar a nossa área de produção, temos vontade de fazê-lo. Só precisamos mais de um pouco de estímulo, de incentivos em termos de alguns meios. Já fizemos algumas solicitações, já gritamos, estamos à espera que surjam as respostas, no sentido de nos apoiarem e maximizarmos a produção. Temos pessoal qualificado, os nossos professores, mão-de-obra, que são os nossos estudantes, solos espectaculares, clima favorável. Precisamos de máquina, de imputes agrícolas. Com tudo isso, poderemos tornar TANGRAM extensivo à toda a nossa área agrícola”, disse.
Produção de hortícolas
Com a entrada do cacimbo que iniciou oficialmente no dia 15 de Maio, todas as atenções estão viradas para a produção de hortícolas. Dadas as condições climáticas, a produção vai estar inclinada para a produção de hortícolas. Neste momento: “temos já pronto a transplantar, o alface, temos cebola, repolho, temos couve, estes produtos já estão prontos para se fazer o transplante. Vão para o terreno definitivo, não obstante isso, nós temos outras culturas, por exemplo, plantar dois hectares de feijão, variedade nativa, vulgo “manteiga”.
A produção resultante destina-se ao consumo interno. A instituição tem um internato com capacidade para 600 alunos, mas: “não temos a capacidade para alimentá-los”.
Acrescentou: “a produção do campo é necessária, para permitir mais quantidades de alimentos. Estamos a pensar, caso tenhamos apoios, colocar no mercado de Malanje os produtos produzidos no Instituto Médio Agrário de Malanje”, garantiu.
Adilson Henriques lançou um apelo à toda a comunidade de Malanje, aos empresários, ao Governo Provincial para apoiarem a iniciativa.
Surgimento da iniciativa
O professor de Matemática, Manuel Osório, mentor do projecto, explicou ao Jornal de Angola que a iniciativa surgiu a partir de um jogo de Quebra Cabeças denominado TANGRAM , que é um jogo desenvolvido pelos chineses. "O TANGRAM é uma mistura de várias figuras
geométricas. Existem outros tipos de TANGRAM. Um TANGRAM pode montar-se até com cinco mil peças para esse projecto.
O projecto nasce pela primeira vez no Instituto Médio Agrário de Malanje (IMAM), é o primeiro em Angola e de acordo com os seus mentores, pode ter uma aplicação prática na agronomia.
A estudante, Isana Inácio, que participou do projecto, está feliz. “Constituímos uma associação de culturas, visto que tivemos o alface e a cebola. É uma mais valia, porque tem certas pragas que actuam nas diferentes culturas”, disse visivelmente emocionada.
A produção não acontece com o recurso ao TANGRAM. A ideia é o estudante praticar e ver os benefícios para que ele próprio quando sair do Instituto, por si entenda que esta é uma nova filosofia de produção