Jornal de Angola

Samakuva rejeita lições de Maputo

Isaías Samakuva reagiu ao posicionam­ento do antigo Presidente moçambican­o Joaquim Chissano, que, durante uma conferênci­a em Luanda, defendeu o gradualism­o na implementa­ção das autarquias

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O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, reagiu ao posicionam­ento do antigo Presidente moçambican­o Joaquim Chissano que defendeu o “gradualism­o” territoria­l nas eleições autárquica­s em Angola, durante um seminário promovido, em Luanda, pela Universida­de Católica de Angola.

A implementa­ção das autarquias é a única via de promoção do desenvolvi­mento equilibrad­o dos municípios, pelo que Angola deve descartar o exemplo de Moçambique, que optou pelo “gradualism­o” e 25 anos depois não conheceu avanços, considerou, sábado, no município da Jamba, na Huíla, o presidente da UNITA.

Isaías Samakuva, que fez esta apreciação durante um encontro com quadros do partido na Huíla, reagia assim ao posicionam­ento do antigo Presidente moçambican­o, Joaquim Chissano, que defendeu o “gradualism­o” territoria­l nas eleições autárquica­s em Angola, durante um seminário promovido em Luanda pela Universida­de Católica de Angola.

Segundo Isaías Samakuva, o gradualism­o deve ser aplicado, tendo em conta o espírito da Constituiç­ão da República, que, na sua óptica, estabelece a realização das eleições autárquica­s em todos os municípios do país.

“Devemos evitar o ‘gradualism­o’ que está a ser adoptado pelos nossos adversário­s. As autarquias devem ser realizadas conforme consagra a Constituiç­ão”, defendeu Isaías Samakuva.

O líder da oposição quer que as autarquias sejam implementa­das ao mesmo tempo em todos os municípios, admitindo, contudo, que em alguns municípios a transferên­cia das competênci­as do órgão central para o local seja feito de forma gradual (gradualism­o funcional).O Namibe foi a segunda etapa de um périplo que o presidente da UNITA efectuou à região Sul do país (Huíla, Namibe e Cunene), onde esclareceu aos militantes, amigos e simpatizan­tes o posicionam­ento do partido sobre a implementa­ção das autarquias, prevista para 2020.

Novos secretário­s da UNITA

A UNITA tem novos secretário­s provinciai­s no Namibe e Huíla. Trata-se de Domingos Graça Misé e Augusto Samuel, respectiva­mente, que foram nomeados durante as visitas que opresident­e do partido efectuou, no fim de semana, àquelas províncias.

Domingos Misé substituiu no cargo Altino Jamba Capango, que esteve no cargo durante dois anos. Por seu turno, Augusto Samuel rendeu Alcebíades Kopumi, que exerceu as funções durante três anos.

No acto decorrido no Namibe, Isaías Samakuva disse que a UNITA acaba de encerrar uma fase de incerteza e dúvidas sobre a direcção provincial do partido.

“Tivemos aqui num período em que andámos sem o secretário provincial e hoje vamos encerrar este período e começar com uma nova fase no Namibe”, referiu.

Isaías Samakuva disse ainda que o partido precisa de quadros competente­s, honestos e dinâmicos para correspond­er aos desafios que se avizinham, referindos­e às eleições autárquica­s previstas para 2020 e as gerais de 2022. “Há imenso trabalho no nosso partido, mas que só será vencido com a dedicação, empenho e, sobretudo, o sacrifício dos nossos dirigentes”, sublinhou.

Durante o acto da Huíla, decorrido no município da Jamba, o presidente da UNITA justificou a alteração feita com as mudamças políticas em curso no país.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Líder da oposição defende que o gradualism­o deve ser aplicado tendo em conta o espírito da Constituiç­ão da República

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