Sérvia propõe acordo de protecção de dados confidenciais
Angola quer apoio para a modernização das Forças Armadas Angolanas e a formação de quadros no domínio militar
A Sérvia propôs ontem a Angola um acordo para a troca e protecção mútua de dados confidenciais no domínio da engenharia e formação militares. A intenção foi manifestada pelo secretário de Estado da Defesa da Sérvia, Aleksandar Zivkovic, na abertura da quarta reunião do Comité conjunto de Cooperação e Defesa Angola-Sérvia.
Aleksandar Zivkovic propôs uma cooperação entre os serviços de segurança para combater o terrorismo e o aprofundamento da cooperação no domínio científico e investigação, além da formação continua de cadetes em estudos básicos.
O ministro sérvio defendeu, durante o encontro, a revisão dos acordos de cooperação económica, militar, da aviação e equipamentos.
O também co-presidente do Comité Conjunto de Cooperação de Defesa Angolasérvia acredita que os dois países podem ter uma cooperação favorável. “A Sérvia está decidida em continuar a cooperação com Angola nas áreas da técnica militar e médica militar”, disse.
Aleksandar Zivkovic afirmou que Angola é um parceiro estratégico para a Sérvia na região central e austral de África, e pretende cooperar em áreas em que as Forças Armadas Angolanas necessitarem.
“As relações de amizade entre os dois países garantes bases para o aprofundamento da cooperação, em particular no domínio da Defesa”, sublinhou.
Potencial técnico
O secretário de Estado dos Recursos Materiais e Infraestruturas garantiu que o Ministério da Defesa Nacional está focado no potencial técnico e na experiência da Sérvia no domínio da Defesa, por isso pretende aprofundar a cooperação já existente, com maior incidência nos domínios de formação de quadros em especialidades ainda não ministradas no país e em outras acções a explorar que contribuam efectivamente para a modernização das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Afonso Carlos Neto falou das acções do sector e do ambiente político, económico e social que o país vive e que passam pela aposta na transparência, boa governação e nas acções essenciais para o fortalecimento das bases para a reconciliação nacional.
O responsável sublinhou que o sector da Defesa deve continuar a cumprir com a sua missão de preservação da integridade territorial, estabilidade política e social.
Para Afonso Carlos Neto, a reunião, que termina amanhã, confirma a vontade dos dois países em reforçar a cooperação já existente entre os dois países.
Para o secretário de Estado, a crise financeira que Angola vive continua a ser impedimento para a implementação de grande parte dos projectos e programas acordados na reunião passada entre os países. O secretário de Estado ressaltou que, com excepção do exercício médico-militar trilateral, Angola/Sérvia/Estados Unidos da América denominado “Pambala Angola 2017”, assistiu-se à interrupção de grande parte dos projectos e programas.
Na III Reunião do Comité Conjunto de Cooperação Angola-Sérvia os dois países analisam a cooperação económica-militar, projectos e programas nos domínios dos recursos materiais e infra-estruturas, principalmente ligadas a questões de armamento e técnica, projectos de construção e indústria de Defesa. As partes analisam também a cooperação entre os serviços de saúde militar.
Histórico da cooperação
Em 2011, os ministros da Defesa de Angola e da República da Sérvia assinaram, em Luanda, um protocolo de cooperação técnico-militar.
Na altura, as delegações de ambos os países tiveram dois dias de conversações, onde discutiram assuntos de interesse bilateral e um acordo geral de cooperação técnico-militar, que se baseia na formação de quadros militares para as Forças Armadas Angolanas (FAA) e no apoio à saúde e assistência médica militar.
Os governos de Angola e da Sérvia decidiram também criar um comité misto de cooperação da Defesa com o propósito de melhorar e dinamizar os objectivos pretendidos por este acordo.
Em 2014, os dois países realizaram, em Luanda, a II reunião do Comité Conjunto de Cooperação no domínio da Defesa que reforçou o intercâmbio no domínio militar.
A crise financeira que Angola vive continua a ser impedimento para a implementação de grande parte dos projectos e programas acordados na reunião anterior