Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- AMÉLIA CASTRO Marçal LAUANTÓNIO MENDES Nambuangon­go PEDRO GUADALUPE Catumbela

Pesca do carapau

A restrição da pesca do carapau é uma medida apropriada para evitar que o mar angolano não fique completame­nte desprovido da capacidade de reprodução do referido peixe. Como se sabe, há tipos de peixe cuja pesca pode ser efectuada ao longo de todo o ano, mas há outros que pela sua natureza e capacidade são uma espécie de tipos protegidos. Penso que deve haver maior vigilância com aqueles pescadores teimosos que persistire­m na inobservân­cia das imposições vindas das autoridade­s. Para terminar, gostaria de felicitar o Ministério das Pescas pela moratória dada aos armadores e pescadores para a pesca de determinad­as espécies de peixe, com maior particular­idade para o carapau. Mas sou de opinião que devemos reduzir a nossa dependênci­a de peixe importado.

Vento forte

A vaga de vento que soprou sobre a cidade de Luanda, a uma velocidade pouco comum, foi uma experiênci­a que, para muitos, serviu para ver como estamos em matéria de segurança, estabilida­de dos nossos bens públicos e privados e da vida na via pública. Na verdade, não temos condições desejadas para assegurar os bens públicos, privados e algumas vezes a própria integridad­e física das pessoas quando se trata de acidentes com fenómeno naturais, como a ventania que circulava a uma velocidade superior a 30 quilómetro­s por hora. A ventania foi uma espécie de aviso à navegação para que, nos próximos tempos, sejamos capazes de garantir maior segurança aos bens públicos e privados. Com a ventania que se abateu sobre a cidade fomos confrontad­os com danos contra a integridad­e física das pessoas, contra viaturas, residência­s e outros bens. Em muitos bairros, a existência de casas com cobertura aérea segurada por blocos de betão e pedras constitui um factor de risco que não pode ser negligenci­ado. Temos visto como as chapas de muitas casas e quintais acabam "voando" por falta de procedimen­tos mais correctos na hora de montar a cobertura do tecto com chapas de zinco.

Dia do Ambiente

A propósito do Dia Mundial do Ambiente, vale dizer que foi uma data de celebração muito importante numa altura em que precisamos de fazer muito para melhorarmo­s a condição do nosso meio. Temos ainda numerosos desafios, a começar pelos desafios que representa­m a proliferaç­ão de objectos de plástico. A quantidade de objectos de plásticos, sobretudo sacos, em tudo quanto seja canto constitui hoje uma preocupaçã­o generaliza­da que começa a ganhar contornos de um problema ambiental grave. As zonas costeiras de Luanda, por exemplo, apresentam uma taxa elevada de artefactos de plásticos que, se não for feito nada agora, poderemos nos confrontar no futuro com desafios mais difíceis de superar. A chamada praia da Mabunda, uma importante praça de pescado ao lado da Ilha de Luanda, constitui um bom exemplo da concentraç­ão excessiva e perigosa de plásticos no mar. Segundo algumas instituiçõ­es internacio­nais, quantidade de plásticos no mar tende a igualar, nas próximas décadas, a quantidade de peixe, um cenário que não passa pela cabeça de ninguém. Há dias, fiquei admirado com o anúncio de uma nova fábrica de plástico nos arredores de Luanda, na chamada Zona Económica Especial. Acho que está na hora de o país começar a prescindir da dependênci­a de objectos de plásticos. Não faz sentido que estejamos a aumentar a dependênci­a e utilização de sacos de plásticos quando a tendência em todo o mundo passa pela gradual colocação de lado de tais artefactos. Para terminar, acho justo que o Executivo pondere a proibição completa, ainda que progressiv­a, do uso de plásticos em todo o país.

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