CARTAS DOS LEITORES
Pesca do carapau
A restrição da pesca do carapau é uma medida apropriada para evitar que o mar angolano não fique completamente desprovido da capacidade de reprodução do referido peixe. Como se sabe, há tipos de peixe cuja pesca pode ser efectuada ao longo de todo o ano, mas há outros que pela sua natureza e capacidade são uma espécie de tipos protegidos. Penso que deve haver maior vigilância com aqueles pescadores teimosos que persistirem na inobservância das imposições vindas das autoridades. Para terminar, gostaria de felicitar o Ministério das Pescas pela moratória dada aos armadores e pescadores para a pesca de determinadas espécies de peixe, com maior particularidade para o carapau. Mas sou de opinião que devemos reduzir a nossa dependência de peixe importado.
Vento forte
A vaga de vento que soprou sobre a cidade de Luanda, a uma velocidade pouco comum, foi uma experiência que, para muitos, serviu para ver como estamos em matéria de segurança, estabilidade dos nossos bens públicos e privados e da vida na via pública. Na verdade, não temos condições desejadas para assegurar os bens públicos, privados e algumas vezes a própria integridade física das pessoas quando se trata de acidentes com fenómeno naturais, como a ventania que circulava a uma velocidade superior a 30 quilómetros por hora. A ventania foi uma espécie de aviso à navegação para que, nos próximos tempos, sejamos capazes de garantir maior segurança aos bens públicos e privados. Com a ventania que se abateu sobre a cidade fomos confrontados com danos contra a integridade física das pessoas, contra viaturas, residências e outros bens. Em muitos bairros, a existência de casas com cobertura aérea segurada por blocos de betão e pedras constitui um factor de risco que não pode ser negligenciado. Temos visto como as chapas de muitas casas e quintais acabam "voando" por falta de procedimentos mais correctos na hora de montar a cobertura do tecto com chapas de zinco.
Dia do Ambiente
A propósito do Dia Mundial do Ambiente, vale dizer que foi uma data de celebração muito importante numa altura em que precisamos de fazer muito para melhorarmos a condição do nosso meio. Temos ainda numerosos desafios, a começar pelos desafios que representam a proliferação de objectos de plástico. A quantidade de objectos de plásticos, sobretudo sacos, em tudo quanto seja canto constitui hoje uma preocupação generalizada que começa a ganhar contornos de um problema ambiental grave. As zonas costeiras de Luanda, por exemplo, apresentam uma taxa elevada de artefactos de plásticos que, se não for feito nada agora, poderemos nos confrontar no futuro com desafios mais difíceis de superar. A chamada praia da Mabunda, uma importante praça de pescado ao lado da Ilha de Luanda, constitui um bom exemplo da concentração excessiva e perigosa de plásticos no mar. Segundo algumas instituições internacionais, quantidade de plásticos no mar tende a igualar, nas próximas décadas, a quantidade de peixe, um cenário que não passa pela cabeça de ninguém. Há dias, fiquei admirado com o anúncio de uma nova fábrica de plástico nos arredores de Luanda, na chamada Zona Económica Especial. Acho que está na hora de o país começar a prescindir da dependência de objectos de plásticos. Não faz sentido que estejamos a aumentar a dependência e utilização de sacos de plásticos quando a tendência em todo o mundo passa pela gradual colocação de lado de tais artefactos. Para terminar, acho justo que o Executivo pondere a proibição completa, ainda que progressiva, do uso de plásticos em todo o país.