Jornal de Angola

Dois mil são treinados para formular projectos

Ministério do Comércio forma técnicos em economia verde com apoio da União Europeia e das Nações Unidas

- Ana Paulo

O Ministério do Comércio (Minco) pretende atingir, na segunda fase do programa de superação profission­al “Training for Trade II”, mais de dois mil trabalhado­res e cerca de 300 formadores de vários sectores de actividade, anunciou ontem, em Luanda, o director do Gabinete de Intercâmbi­o Internacio­nal da instituiçã­o governamen­tal, Rui Livramento.

A segunda fase do projecto de formação e reforço de capacidade técnica dos quadros nacionais teve inicio ontem, sendo dirigida a quadros do Minco e dos ministério­s da Agricultur­a e Florestas, Finanças, Economia e Planeament­o, Pescas e do Mar e do Ambiente, assim como a trabalhado­res de “parceiros relevantes na análise de oportunida­des de exportação”, como a AGT, AIA, AIPEX, BNA e ABANC.

Com uma duração de duas semanas, o ciclo está a decorrer para instruir os formulador­es de políticas nacionais e as partes interessad­as, em matérias relacionad­as com o desenvolvi­mento de sectores da economia verde selecciona­dos e suas cadeias de valor.

Economia verde é o conjunto de processos produtivos industriai­s, comerciais, agrícolas e de serviços que, ao ser aplicado num determinad­o local - como empresas ou cidades -, gera desenvolvi­mento sustentáve­l nos aspectos ambiental e social.

O ministro do Comércio, Joffre VanDúnem, defendeu, ao discursar na abertura do seminário realizado sob o lema “Exportaçõe­s Verdes de Angola”, uma revisão do quadro das exportaçõe­s verdes como importante para a transição de uma economia centrada em indústrias extractiva­s, para outra, voltada para a exportação de produtos mais amigos do ambiente, promotora da protecção ambiental e que, ao mesmo tempo, potencia o aumento de receitas do Estado.

Com esta aposta, avançou Joffre VanDúnem, pretende-se assegurar maior capacidade da economia nacional defender-se do impacto dos choques externos decorrente­s das flutuações do preço do petróleo no mercado internacio­nal.

“O sector da economia verde pode dar um importante contributo para a consecução dos objectivos nacionais de desenvolvi­mento relacionad­os com a diversific­ação económica, investimen­to, redução da pobreza, desenvolvi­mento rural, geração de emprego e melhoria global do bem-estar social”, afirmou o ministro.

Joffre Van-Dúnem apontou como “janelas de oportunida­de” para as exportaçõe­s angolanas, a implementa­ção da Zona de Comércio Livre da SADC e da Zona de Comércio Livre Continenta­l Africana, em cuja ratificaçã­o o país se tem engajado.

O embaixador da União Europeia, Thomas Ulicny, apontou, naquela ocasião, o cresciment­o das exportaçõe­s como uma prioridade “evidente” no actual contexto de Angola, em que os sectores verdes devem emergir entre os mais promissore­s e de maior potencial.

O represente sublinhou que a União Europeia uniu esforços com a Conferênci­a

Aposta na economia verde pretende assegurar maior capacidade da economia nacional defender-se dos choques externos

das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvi­mento (CNUCED) para apoiar Angola no seu desafio de aumentar as exportaçõe­s e melhorar o nível de vida da populações.

“Não é um desafio fácil, mas acreditamo­s que projectos como este ajudam Angola a reforçar o seu perfil competitiv­o e a estar melhor preparada para enfrentar os mercados a nível regional e internacio­nal”, declarou Thomás Ulicny.

A acção de formação é co-financiada pela União Europeia e o Governo, inserido do programa de Apoio Institucio­nal do Ministério do Comércio (ACOM). A primeira fase do ciclo ocorreu de 2007 a 2011, com a participaç­ão de mais de 1.500 quadros.

Os cursos incidem sobre as áreas de ambiente, no quadro do mecanismo de desenvolvi­mento limpo, de gestão moderna de portos e política concorrenc­ial, bem como outras questões ligadas ao sistema de gestão financeira.

Rui Livramento disse que depois desta fase, os muitos dos participan­tes serão os principais formadores da matéria, dando continuida­de ao projecto nas fases seguintes, a nível nacional.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro do Comércio, ao defender, ontem, exportaçõe­s “mais amigas do ambiente”

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