UNITA insiste num novo registo para as autarquias
A UNITA insiste na realização de um novo registo para as eleições autárquicas e, para a operação, propõe que se utilize o dinheiro a ser repatriado para o país, bem como o superávit resultante da venda do petróleo.
O posicionamento do maior partido da oposição foi feito ontem, em Luanda, pelo secretário para os Assuntos Eleitorais, Victorino Nhany, durante uma conferência de imprensa que serviu para apresentar as razões da UNITA para a realização de um novo registo eleitoral.
“Numa determinada altura, assistimos ao envio de grandes somas em dinheiro para o exterior do país. Este dinheiro, se voltasse, não poderia contribuir para a realização de um novo registo, para que possamos ir para eleições transparentes?”, questionou o político, referindo-se ao repatriamento de capitais.
A UNITA olha, igualmente, para a subida que se regista no preço do barril do petróleo como uma boa oportunidade para fazer face aos gastos decorrentes do registo eleitoral.
“O preço do barril do petróleo foi fixado (no Orçamento Geral do Estado) em 50 dólares. Actualmente, o barril está acima dos 70 dólares. Esse superávit que vai acima de 20 dólares, multiplicado por um milhão e 600 mil barris (por dia), não iria contribuir para que pudéssemos fazer o registo eleitoral com toda a lisura, para que, no fim das eleições, nos sintamos todos satisfeitos?”, voltou a questionar Victorino Nhany.
Para a UNITA, sublinhou, “é mais importante gastar dinheiro na realização de eleições com lisura - porque são essas (eleições) que vão promover a paz e estabilidade , do que passarmos de eleições em eleições a nos enganarmos e a promovermos números que não têm a ver com a vontade dos eleitores”.
O maior partido da oposição apontou oito razões para justificar um novo registo eleitoral para a realização das autárquicas. Uma dessas razões tem a ver com a não transferência do FICRE (Ficheiro Informático Central do Registo Eleitoral) do Ministério da Administração do Território para a Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
Suposta “insensibilidade às recomendações da Deloitte”, “redundância de dados”, “recolha coerciva de cartões de eleitor”, “transferência” e “deslocação de eleitores em bloco”, “exclusão de eleitores do FICM (Ficheiro Informático dos Cidadãos Maiores)” e a falta de “credibilidade da base de dados” em posse do MAT, são outras das razões evocadas pela UNITA.