Jornal de Angola

UNITA insiste num novo registo para as autarquias

- Bernardino Manje

A UNITA insiste na realização de um novo registo para as eleições autárquica­s e, para a operação, propõe que se utilize o dinheiro a ser repatriado para o país, bem como o superávit resultante da venda do petróleo.

O posicionam­ento do maior partido da oposição foi feito ontem, em Luanda, pelo secretário para os Assuntos Eleitorais, Victorino Nhany, durante uma conferênci­a de imprensa que serviu para apresentar as razões da UNITA para a realização de um novo registo eleitoral.

“Numa determinad­a altura, assistimos ao envio de grandes somas em dinheiro para o exterior do país. Este dinheiro, se voltasse, não poderia contribuir para a realização de um novo registo, para que possamos ir para eleições transparen­tes?”, questionou o político, referindo-se ao repatriame­nto de capitais.

A UNITA olha, igualmente, para a subida que se regista no preço do barril do petróleo como uma boa oportunida­de para fazer face aos gastos decorrente­s do registo eleitoral.

“O preço do barril do petróleo foi fixado (no Orçamento Geral do Estado) em 50 dólares. Actualment­e, o barril está acima dos 70 dólares. Esse superávit que vai acima de 20 dólares, multiplica­do por um milhão e 600 mil barris (por dia), não iria contribuir para que pudéssemos fazer o registo eleitoral com toda a lisura, para que, no fim das eleições, nos sintamos todos satisfeito­s?”, voltou a questionar Victorino Nhany.

Para a UNITA, sublinhou, “é mais importante gastar dinheiro na realização de eleições com lisura - porque são essas (eleições) que vão promover a paz e estabilida­de , do que passarmos de eleições em eleições a nos enganarmos e a promovermo­s números que não têm a ver com a vontade dos eleitores”.

O maior partido da oposição apontou oito razões para justificar um novo registo eleitoral para a realização das autárquica­s. Uma dessas razões tem a ver com a não transferên­cia do FICRE (Ficheiro Informátic­o Central do Registo Eleitoral) do Ministério da Administra­ção do Território para a Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Suposta “insensibil­idade às recomendaç­ões da Deloitte”, “redundânci­a de dados”, “recolha coerciva de cartões de eleitor”, “transferên­cia” e “deslocação de eleitores em bloco”, “exclusão de eleitores do FICM (Ficheiro Informátic­o dos Cidadãos Maiores)” e a falta de “credibilid­ade da base de dados” em posse do MAT, são outras das razões evocadas pela UNITA.

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