Ministro da Saúde alerta para novos casos de ébola
O ministro da Saúde da República Democrática do Congo, Oly Ilunga, pediu, em Kinshasa, à população para se preparar para enfrentar o décimo surto de ébola, ao considerar que existe na floresta equatorial um reservatório natural para o vírus, noticiou a Prensa Latina.
A RDC reportou o nono caso da enfermidade a 8 de Maio último, em quatro localidades da província do Equador, tendo desde então sido confirmados 38 casos da doença, dos quais dez resultaram em óbito.
As declarações de Ilunga, que até agora era optimista, levam a pensar no pior, quando parecia que a epidemia estava controlada, uma vez que passou-se uma semana sem o registo de novos casos nem óbitos.
Entretanto, o director geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, é aguardado em Kinshasa para avaliar no terreno a estratégia de contenção da doença, que pode causar até 90 por cento da letalidade.
Ilunga reconheceu na véspera que pelo menos 90 por cento dos doentes com ébola, já foram vacinados com el VSV-Zebov.
A República Democrática do Congo é recordista de casos dessa febre hemorrágica mortal, detectada pela primeira vez nas suas florestas em 1976 e baptizada em alusão ao rio Ébola, que fica próximo à área do primeiro foco. É a nona vez que essa doença é detectada nesse território. A última havia sido há menos de um ano, com oito pessoas infectadas, das quais quatro morreram.
Mas a epidemia de Ébola mais grave já registada, entre 2013 e 2016, não ocorreu no antigo Zaire, mas sim na África Ocidental, como na Libéria, Serra Leoa e Guiné com um saldo de mais de 11.000 mortos.
Acredita-se que o Ébola se propague em longas distâncias ao ser levado por morcegos, que podem hospedar o vírus sem morrer. Assim, infecta outros animais com os quais os mamíferos voadores compartilham.