Jornal de Angola

Kim e Trump fazem história em Singapura

As dúvidas foram muitas, mas Trump e Kim Jong-un cumpriram o prometido e reuniram-se mesmo

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Kim Jong-un e Donald Trump reuniram-se ontem, pela primeira vez, com a promessa de fazerem história, com um mundo inteiro a olhar atento. No final de uma cimeira que ocupou uma manhã em Singapura (madrugada em Angola), Kim Jong-un e Donald Trump assinaram ontem um importante e detalhado documento, que permitirá ao mundo ver uma grande mudança.

Os primeiros detalhes do acordo firmado pelos dois líderes dão conta da intenção de Pyongyang abandonar o seu programa nuclear, rumo à desnuclear­ização total, ao passo que os Estados Unidos pretendem garantir a protecção ao regime de Kim Jong- un.

Pouco antes, os dois líderes, sentados lado a lado, assinavam, um documento que Trump descreveu como histórico e abrangente, enquanto Kim realçou que "agora é momento de deixar tudo para trás".

Ainda antes das primeiras palavras trocadas a dois, e perante as elevadas expectativ­as que o momento suscitava, o Presidente dos Estados Unidos e o líder da Coreia do Norte deram um aperto de mão, perante as câmaras, e com as bandeiras dos dois países como pano de fundo.

Os dois líderes políticos tidos como imprevisív­eis quiseram, desde cedo, mostrar sinais de aproximaçã­o. Afinal de contas, não era pequeno o tema em cima da mesa. Não era apenas a desnuclear­ização que seria discutida. Como pano de fundo havia todo um processo de paz à espera de acontecer. Antes de a cimeira terminar, Trump dava a entender que tinha “corrido melhor do que o esperado”. Palavras que repetiu orgulhoso no final.

A longa caminhada

Há apenas meio ano, o que aconteceu em Singapura era impensável. Chegouse, aliás, a temer o pior.

Durante meses, houve sanções a colocar a Coreia do Norte sob pressão e trocas de ‘galhardete­s’ entre Kim e Trump, que incluíram até ameaças nucleares. Por momentos, o mundo chegou a suster a respiração. Mas 2018, mesmo com avanços e recuos, até a chegada à Singapura já havia alguns sinais positivos.

Kim Jong-un já tinha dado sinais de que era capaz de agir de forma diferente, comparativ­amente com o seu pai e avô, que o antecedera­m no cargo. Mas foi só com os Jogos Olímpicos na vizinha Coreia do Sul, em Fevereiro, que o mundo percebeu que havia algo a mudar.

As duas Coreias – que nunca terminaram formalment­e a guerra na península – chegaram a ter uma equipa conjunta na competição. E a aproximaçã­o manteve-se até Abril, altura de outra cimeira histórica, que juntou os líderes das duas Coreias.

Depois deste importante encontro, os dois líderes têm agora novos passos a dar no sentido de se produzir uma paz efectiva na península coreana

Na Coreia do Norte, onde a informação é controlada ao detalhe, não costuma haver grandes informaçõe­s sobre encontros ainda a decorrer. Mas a imprensa estatal publicava ontem, ainda antes da cimeira, imagens do curioso passeio turístico que o líder deu em Singapura.

Após o aperto de mão, a cimeira prosseguiu com uma primeira reunião: durante cerca de 45 minutos, Kim e Trump falaram a sós, contando apenas com a companhia de tradutores.

Terminada esta fase, a mesa manteve-se, mas ficou mais composta com elementos de ambas as comitivas a juntarem-se. A reunião prosseguiu até à hora de almoço, hora essa que não foi de pausa mas de almoço de trabalho.

No final da refeição, e repetindo o que já estava a ser histórico, Kim e Trump surgiram em caminhada juntos, reforçando que queriam tirar algo positivo deste encontro.

Sentados lado a lado, os dois líderes assinaram o tal documento histórico. Faltando agora saber como é que a história se vai encarregar deste acontecime­nto. Os dois líderes têm agora novos passos a dar no sentido da paz.

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DR Momentos depois do final da cimeira de muitas horas entre os dois dirigentes

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