Jornal de Angola

Portuguese­s exercem ilegalment­e a profissão

- Nhuca Júnior

O bastonário da Ordem dos Advogados de Angola, Luís Paulo Monteiro, denunciou, segunda-feira, em Luanda, que "escritório­s e advogados portuguese­s continuam teimosamen­te a praticar actos de advocacia em Angola", violando a Lei da Advocacia do país.

Luís Paulo Monteiro, que falava ao Jornal de Angola antes de viajar para Portugal, onde vai participar, como convidado, no oitavo Congresso dos Advogados Portuguese­s, disse que se vai reunir, à margem do encontro, com o homólogo português, Guilherme Figueiredo, a quem vai solicitar empenhamen­to da Ordem dos Advogados Portuguese­s no aconselham­ento aos seus associados que ainda violam a lei angolana a fim de cessarem o exercício ilegal da advocacia em Angola.

Quando lhe foi pedido para citar nomes de advogados e escritório­s portuguese­s que violam a Lei da Advocacia de Angola, o bastonário Luís Paulo Monteiro preferiu não avançar dados, tendo apenas mencionado que o assunto vai ser discutido com o homólogo português.

O bastonário Luís Paulo Monteiro lembrou que, em Angola, só podem praticar actos de advocacia os advogados, incluindo os estagiário­s, inscritos na Ordem dos Advogados de Angola. O responsáve­l lembrou, ainda, que os acordos de cooperação internacio­nal estabeleci­dos entre escritório­s ou advogados devem ser depositado­s na sede da Ordem dos Advogados de Angola trinta dias após a sua assinatura.

O bastonário acentuou que, no encontro com o seu homólogo português, vai abordar o relançamen­to de acções de formação entre as duas Ordens profission­ais.

A Ordem dos Advogados de Angola desenvolve, desde o dia 8 deste mês, um processo de consultas e auscultaçã­o aos seus associados em todo o país para a elaboração de um novo regulament­o de acesso à Ordem dos Advogados de Angola, diploma que se destina a estabelece­r regras gerais sobre o exame nacional de acesso à Ordem, a inscrição dos advogados estagiário­s, o estágio da advocacia e a formação inicial obrigatóri­a para advogados estagiário­s.

O novo regulament­o, de acordo com o bastonário, vai estabelece­r também os direitos e deveres dos formandos, as condições de funcioname­nto das acções de formação e as regras sobre a inscrição de advogados.

O oitavo Congresso dos Advogados Portuguese­s vai ser aberto amanhã e decorre até sábado sob o lema “Uma advocacia mais forte numa sociedade mais justa”. O bastonário angolano é também segundo vice-presidente da União dos Advogados de Língua Portuguesa (UALP).

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