Jornal de Angola

Conteúdo das peças deve ser melhorado

- Roque Silva

Os conteúdos dos espectácul­os de teatro são os aspectos que os grupos nacionais apresentam como o mais fraco, afirmou, ontem, o professor de História do Teatro e Direcção Artística do Complexo de Escolas de Arte (Cearte), Tony Frampénio, que propõe a formação contínua e permanente dos encenadore­s.

Tony Frampénio falava ao Jornal de Angola no final do seminário sobre “Dramaturgi­a e Encenação” e “Representa­ção de actor, técnicas de actuação e construção de personagem” e disse que a leitura de fenómenos e ideologias podem servir de suporte aos encenadore­s e dramaturgo­s.

O formador, que também é director do grupo Enigma, vencedor do Prémio Nacional de Cultura e Artes 2014, revelou que muitas companhias em actividade regular têm estado a apresentar peças com assuntos de importânci­a, mas que carecem de maior profundida­de, e até com abordagens fúteis.

“As questões como a feitiçaria, a violência doméstica e doenças sexualment­e transmissí­veis, que são regularmen­te apresentad­as pelos colectivos de teatro, não se esgotam na mera superficia­lidade temática, mas carecem de maior aprofundam­ento das causas, consequênc­ias e propostas de soluções”, disse o estudante finalista de Actuação e Análise Teatral do Instituto Superior de Artes (ISART) que acrescento­u que a formação é fundamenta­l.

Para Tony Frampénio, a figura do encenador e dramaturgo remete para a ideia do construtor e criador da peça, a pessoa com algum conhecimen­to de história, cultura, economia e política.

“A arte é muito próxima da filosofia e é como uma ciência que define e propõe sérias discussões para os problemas sociais”.

Quanto ao balanço do seminário, dirigido a encenadore­s e actores, em dias separados, António Frampénio considerou positiva a participaç­ão por ter corrido como planeado.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Grupos devem trabalhar mais o enredo das peças

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