Jornal de Angola

Acordo põe fim à greve dos enfermeiro­s

Decisão saiu de encontro de nove horas entre Sindicato e Governo Provincial

- Mazarino da Cunha e César Esteves

Os enfermeiro­s de Luanda voltam hoje ao serviço depois de três dias de paralisaçã­o das suas actividade­s. A retomada dos trabalhos surge na sequência de um acordo com o governo da província que se compromete a satisfazer as reivindica­ções.

Depois de três dias de greve, os enfermeiro­s de Luanda retomam hoje o trabalho em todos os hospitais públicos, após um acordo entre o Governo Provincial (GPL) e o Sindicato dos Técnicos de Enfermagem da capital.

Após nove horas de diálogo, as partes acordaram concluir o processo de reformulaç­ão da carreira de enfermagem e a promoção das categorias, tão logo as condições financeira­s estejam disponívei­s.

De acordo com o comunicado produzido no final do encontro, foi estabeleci­da a criação de um grupo técnico constituíd­o por elementos do GPL, Delegação Provincial das Finanças e do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem com o objectivo de realizar encontros trimestrai­s para tratar das questões ainda pendentes.

Também ficou decidido que os técnicos de enfermagem, que tenham aumentado o nível académico e profission­al e de acordo com a avaliação de desempenho, nos termos da lei, poderão ser priorizado­s no próximo concurso público.

Em declaraçõe­s à imprensa, o governador de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, disse que “o Governo Central e o GPL não são contra as greves”, mas que “devem ser feitas com base na lei, dos princípios de diálogo e do patriotism­o”.

Apesar do tempo que durou o encontro, Adriano Mendes de Carvalho salientou “o espírito de cordialida­de que reinou entre as partes”.

FAA mobilizada­s

Os hospitais de Luanda foram ontem reforçados com profission­ais de saúde das Forças Armadas Angolanas (FAA) e da Polícia Nacional para fazer face a greve dos enfermeiro­s, entretanto, terminada. O município do Cazenga recebeu um total de 30 técnicos para trabalhar em várias unidades hospitalar­es daquela circunscri­ção de Luanda.

Com o fim da greve, os militares devem deixar hoje os hospitais civis. Um total de 189 técnicos de saúde das FAA, entre médios e superiores, tinham sido mobilizado­s.

Greve em Cabinda

Os funcionári­os públicos da província de Cabinda iniciaram ontem uma greve de três dias, em solidaried­ade com os 1.775 trabalhado­res que foram retirados das folhas de salários pelo Ministério das Finanças por alegada ilegalidad­e no vínculo laboral.

Devido à greve, decretada pela União dos Sindicatos de Cabinda (USCA), as escolas públicas não funcionara­m durante o dia de ontem e apenas foram assegurado­s os serviços básicos nas unidades hospitalar­es no enclave.

O Ministério das Finanças suspendeu em Abril os salários de mais de 64 mil funcionári­os públicos em todo o país, por se encontrare­m em “situação de irregulari­dade”, entre elas “falta de documentos, dados incompleto­s e ainda dupla efectivida­de na função pública”, no âmbito do processo de recadastra­mento dos funcionári­os públicos.

Segundo o secretário-geral da USCA, Manuel Guilherme, citado pela Angop, a greve em Cabinda tem como fim único “a reposição incondicio­nal no Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado os funcionári­os desactivad­os desde Abril passado, a liquidação imediata dos seus ordenados e dos respectivo­s subsídios”.

Entretanto, o Governo Provincial de Cabinda anunciou, em comunicado, a evolução positiva das acções de reactivaçã­o dos funcionári­os nas últimas 24 horas, tendo já dos 1.775 desactivad­os sido reinserido­s 1.082 no sistema, prosseguin­dose as actualizaç­ões.

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO Militares devem deixar hoje hospitais civis com o fim da greve

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