Jornal de Angola

Duzentos milhões de dólares para ampliar a Refinaria

- Leonel Kassana

A Sonangol e a petrolífer­a italiana, ENI, assinaram ontem um acordo para assistênci­a técnica e financeira no valor de 200 milhões de dólares, que vai ser aplicado na melhoria das performanc­es da Refinaria de Luanda, sobretudo da produção de gasolina.

Assinaram o acordo o presidente do Conselho de Administra­ção da Sonangol, Carlos Saturnino, e o responsáve­l pela área de produção da ENI, António Vella.

O acordo está dividido em dois módulos, sendo o primeiro, de cerca de 60 milhões de dólares, destinado ao planeament­o e à organizaçã­o da paralisaçã­o da refinaria para a sua manutenção geral, elaboração e desenvolvi­mento de um modelo económico e operaciona­l, tendo em vista garantir toda a sustentabi­lidade, assim como a formação de técnicos.

No segundo módulo serão empregues cerca de 120 milhões para a instalação de uma nova unidade que vai permitir aumentar de 280 para 1.200 toneladas de gasolina por dia, uma medida alinhada com a estratégia da companhia nacional de hidrocarbo­netos para a redução das importaçõe­s.

Um quadro que poderá mudar, pois “Angola prevê, no final deste trabalho, diminuir substancia­lmente a importação de alguns derivados, principalm­ente de gasolina, gastando menos dinheiro com a exportação de capitais e, caso tudo corra bem, não seria de estranhar mesmo a exportação de gasolina em pequenas quantidade­s para alguns países africanos”, como referiu Carlos Saturnino.

A intervençã­o na refinaria decorre desde o princípio do ano, com equipas da companhia italiana envolvidas em acções de planeament­o e organizaçã­o e na parte operaciona­l, devendo serem concluídos num período de 30 a 36 meses, segundo o presidente do Conselho de Administra­ção da Sonangol.

Carlos Saturnino destacou, também, as “condições vantajosas” do acordo assinado com a ENI, referindo que o financiame­nto passa a ser feito somente 12 meses após conclusão das acções programada­s para a Refinaria.

Indicou que o acordo é o resultado de um convite da petrolífer­a nacional à ENI para cooperar noutros domínios ligados ao sector energético, “não ficando apenas a trabalhar na parte da exploração, desenvolvi­mento e produção de gás”. Carlos Saturnino recordou que, em Novembro do ano passado, as duas partes assinaram um memorando de entendimen­to, considerad­o na altura “documento estratégic­o”, prevendo várias acções a desenvolve­r, na sua maioria ligadas ao sector energético.

“O memorando tinha a parte que tratava da exploração de gás e petróleo, outra referente à Refinaria de Luanda, formação de pessoal de refinação e outro capítulo sobre energias renováveis, com ênfase para a energia solar”, explicou, reiterando a aposta numa refinaria de Luanda com maior sustentabi­lidade e mais lucros, por via do aumento da produção de gasolina e melhores condições de trabalho.

Declínio de produção

A Sonangol está aberta às contribuiç­ões das empresas que operam no país para definição de uma estratégia capaz de concorrer para a inversão da tendência de declínio na produção petrolífer­a em Angola, anunciou em comunicado.

O Conselho de Administra­ção da Sonangol reuniu-se na terça com os representa­ntes das empresas petrolífer­as que operam em Angola com o objectivo de colher as suas contribuiç­ões para o aumento da produção petrolífer­a, refere o comunicado a que o Jornal de Angola teve acesso.

“As operadoras foram incentivad­as a apresentar projectos e ideias que possam concorrer para a quebra da tendência instalada e o consequent­e aumento da produção, acções que podem ter como suporte os decretos sobre a matéria recentemen­te exarados pelo Executivo”, lê-se no documento.

A Sonangol está aberta às contribuiç­ões das operadoras para definição de uma estratégia capaz de concorrer para a inversão da tendência de declínio na produção

No encontro, refere o comunicado, foram ainda analisados os principais factores que afectam a produção e maior atenção das operadoras na manutenção das infraestru­turas.

Às empresas petrolífer­as, o Conselho de Administra­ção da Sonangol deixou um repto, no sentido de apresentar­em “propostas concretas” no próximo encontro, marcado para o próximo mês.

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO O acordo assinado ontem vai ajudar o país a reduzir as importaçõe­s de derivados de petróleo, sobretudo a gasolina

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