Jornal de Angola

Crenças generaliza­das ainda afectam os albinos em África

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O secretário-executivo da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), Stergomena Lawrence, aplaudiu os Estados-membros que implementa­m políticas e legislação para proteger os albinos e pediu aos que ainda não o fizeram para reconsider­arem a sua posição.

Numa mensagem, por ocasião do Dia Internacio­nal de Conscienci­alização sobre o Albinismo, assinalado ontem, Stergomena Lawrence referiu que a protecção começa pelo diálogo tendo em vista a elaboração de leis para a promoção dos direitos das pessoas com albinismo.

“Enquanto analisamos os progressos feitos, precisamos de continuar a tomar medidas concretas para proteger o direito das pessoas com albinismo”, salientou Stergomena Lawrence.

Em vários países do Mundo, alguns dos quais da África Austral, o albinismo é mal entendido de forma grosseira, lê-se na mensagem de Stergomena Lawrence, para quem os albinos continuam a viver em estado de medo constante, receando ataques, mortes e prejuízos sociais.

O responsáve­l acentuou que pessoas com albinismo, jovens ou adultos, vivem em isolamento e desprovida­s dos seus direitos, incluindo o direito à vida, saúde, educação e ao trabalho.

Em consequênc­ia disso, adiantou, são muitas vezes forçadas a viver no ciclo de pobreza, daí que “esforços e compromiss­os de todos são necessário­s para impedir estas atrocidade­s”.

Stergomena Lawrence alertou que, devido a preocupaçõ­es com a segurança, algumas famílias são forçadas a abandonar as suas comunidade­s para viver em centros urbanos, onde acham que se sentem relativame­nte mais seguras.

Infelizmen­te, muitas crenças generaliza­das, mitos e equívocos sobre pessoas com albinismo, afectam crianças e mulheres de forma desproporc­ional”, lê-se na mensagem de Stergomena Lawrence, que deu ênfase ao facto de ser grande a preocupaçã­o em relação aos abusos contra pessoas com albinismo, feito, às vezes, com a cumplicida­de de pessoas a quem foram confiadas responsabi­lidades para proteger as próprias vítimas.

O secretário-executivo da SADC defendeu a continuaçã­o de acções de conscienci­alização sobre o albinismo, porque “as pessoas com albinismo não devem ser tratadas como seres humanos menores”.

“Temos de criar um ambiente em que as pessoas com albinismo possam viver e gozar dos seus direitos económicos, sociais, culturais, civis e políticos”, declarou o alto funcionári­o da SADC, lembrando que a segurança das pessoas com albinismo, incluindo em casa e na escola, deve ser garantida.

O Dia Internacio­nal de Conscienci­alização sobre o Albinismo foi proclamado, em 2015, pela Assembleia Geral das Nações Unidas através de uma resolução que apela à prevenção de ataques e discrimina­ção contra pessoas com albinismo.

A efeméride tem despertado a atenção regional, continenta­l e global, estando actualment­e robusto o movimento de conscienci­alização sobre os direitos humanos das pessoas com albinismo.

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