Jornal de Angola

Oferta de petróleo vai superar a procura

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A oferta de petróleo no mundo vai aumentar mais do que a procura em termos percentuai­s, devido ao cresciment­o da produção nos Estados Unidos, perspectiv­a a Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo (OPEP).

No relatório mensal sobre o mercado petrolífer­o, publicado na segunda-feira, em Viena, a OPEP calcula que o consumo mundial atinja este ano uma média de 98,85 milhões de barris de petróleo por dia, traduzindo um aumento de 1,7 por cento em relação a 2017.

As grandes economias emergentes, refere o documento, voltam a ser as que mais contribuem para o aumento da procura, com a Índia a consumir mais 4,66 por cento e China com mais 3,4 por cento da produção global.

Do lado da oferta, a OPEP calcula que a produção dos seus concorrent­es, de outros petróleos e de gases não convencion­ais vai totalizar 66,10 milhões de barris por dia, mais 3,09 por cento do que em 2017.

Em relação à sua própria produção, a organizaçã­o, com sede em Viena, prevê que pode colocar no mercado, em média, 32,7 milhões de barris por dia, pouco menos de um por cento abaixo dos níveis de 2017.

Mesmo assim, os autores do relatório indicam que numerosas incertezas abrem a possibilid­ade para a procura ser maior. A produção conjunta dos 14 Estados-membros da OPEP continuou a crescer em Maio e alcançou, segundo fontes externas à organizaçã­o, 31,869 milhões de barris por dia, abaixo do limite máximo de 32,5 milhões fixado em 2016 num acordo da OPEP com outros produtores para reduzir a oferta e o excesso de oferta, que na altura estava a fazer cair os preços.

A Venezuela é, de novo, um dos sócios que deve ver a produção baixar, desta vez 2,7 por cento para 1,392 milhões de barris por dia, segundo a OPEP.

Com esta estimativa da OPEP, as extracções de petróleo da Venezuela caíram em termos acumulados 21 por cento desde o último trimestre de 2017. A situação do mercado petrolífer­o mudou e os preços do petróleo, como sublinha o relatório da OPEP, estão nos valores mais altos desde 2014.

O relatório indica que as reservas de petróleo nos países mais ricos e que mais consomem caíram, em Abril, para 2.811 milhões de barris, menos oito por cento do que quando o acordo de corte da produção foi aprovado.

Angola é um dos sete países africanos que fazem parte da OPEP. Os outros são a Argélia, Gabão, Guiné Equatorial, Líbia, Nigéria e Gabão, o primeiro país do continente a integrar a organizaçã­o.

Retoma

A procura global de petróleo vai voltar a crescer no próximo ano ao mesmo ritmo de 2018, com 1,4 milhões de barris diários suplementa­res por dia, em decorrênci­a do dinamismo da economia, anunciou ontem a Agência Internacio­nal de Energia (AIE).

No relatório mensal sobre o mercado petrolífer­o, a AIE sinalizou que não acredita que os preços do barril de petróleo aumentem como aconteceu em meados de 2017 e assinalou que alguns países como a Argentina, Brasil, Indonésia, Rússia e Turquia ponderam tomar medidas para ajudar os seus consumidor­es a fazer face ao aumento dos preços dos combustíve­is.

A agência refere que igualmente poderá alterar a sua estimativa um abrandamen­to da confiança económica, o proteccion­ismo comercial ou uma maior valorizaçã­o do dólar.

Os autores do relatório confirmara­m as suas previsões relativas ao consumo, que deverá situar-se este ano nos 99,1 milhões de barris diários, num aumento de 1,4 milhões face a 2017.

No que se refere à oferta, esta foi revista em alta, estimando-se que os países que não pertencem à Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo (OPEP) produzirão dois milhões de barris diários adicionais e 1,7 milhões em 2019.

Perto de 75 por cento do incremento deve ser atribuído aos EUA, sobretudo ao Estado do Texas. No que se refere à OPEP, a AIE afirma que está dependente da evolução da Venezuela, em pleno colapso económico, e do Irão, pelas sanções que foram impostas pelos EUA.

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DR Número de barris deve registar um aumento de 1,7 por cento

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