Colaboradores do Hospital sem salários há 21 meses
Um total de 72 trabalhadores, entre médicos, enfermeiros e funcionários administrativos em regime de contrato no Hospital Geral Dr. David Bernardino, na centralidade do Mussungue, na Lunda- Norte, queixa-se de não receber ordenados há 21 meses e ameaça paralisar os trabalhos nos próximos 15 dias.
A intenção foi manifestada na segunda-feira, pelo Sindicato dos Trabalhadores do referido hospital, durante um encontro com o governador provincial daLunda-Norte, Ernesto Muangala.
O Sindicato dos Trabalhadores do Hospital Geral Dr. David Bernardino afirma que, desde 2016, altura em que as partes celebraram os contratos de trabalho, apenas foram pagos 4 meses e, perante as dificuldades sociais, tendo em conta o custo de vida, o sindicato diz não haver condições psicológicas para os trabalhadores continuarem a exercer a actividade laboral, sem garantias remuneratórias nos próximos dias.
Os sindicalistas pediram ao governador provincial para encontrar uma solução imediata, que viabilize os salários em atraso, uma vez que os vários encontros realizados com a direcção do hospital não permitiram a resolução do contencioso laboral.
A directora do Hospital Geral Dr. David Bernardino, Filomena Simão, disse reconhecer as dificuldades que a instituição tem em resolver imediatamente a situação, tendo em conta os avultados montantes financeiros que a dívida envolve, mas garantiu que esforços estão a ser envidados, junto do Gabinete Provincial da Saúde e da Delegação Provincial das Finanças, visando o pagamento faseado dos salários em atraso.
Filomena Simão assegurou que estão cabimentados valores monetários para o pagamento de 12 meses de salário, o que pode reduzir a dívida para 10 meses, a contar com o mês em curso.
Pediu calma aos trabalhadores, destacando a preocupação das autoridades sanitárias da província em ir reduzindo a dívida, apesar da situação financeira por que passa o país.
“Estamos conscientes das dificuldades que os trabalhadores enfrentam, mas não podemos esquecer a actual conjuntura económica e financeira do país, que não é das melhores e isso se reflecte também em todas as instituições públicas”, justificou.
A directora disse que vai reunir com a comissão dos trabalhadores para encontrar mecanismos de entendimento, apelando aos profissionais no sentido de continuarem a prestar serviços, tendo em conta a especificidade da profissão.
Garantiu que serão definidos os critérios relativamente à rescisão ou não do contrato de trabalho, tendo apelado aos funcionários a candidatarem-se ao concurso público, que o Ministério da Saúde vai promover nos próximos dias.
O Hospital Geral Dr. David Bernardino conta actualmente com 58 enfermeiros efectivos e 15 médicos de diversas especialidades, dos quais 12 expatriados.