Jornal de Angola

Petro de Luanda ascende ao nível continenta­l da UCI

Petrolífer­os às ordens de Carlos Araújo alcançaram o objectivo perseguido há muitos anos por outras equipas nacionais

- Teresa Luís

A equipa de ciclismo Bai/Sicasal/Petro de Luanda atingiu o grau continenta­l, época 2019, o terceiro nível da União de Ciclismo Internacio­nal (UCI), feito inédito no país, ao cabo de quatro décadas de prática efectiva e tentativas do Benfica e Jair Transporte.

Por essa via, os petrolífer­os estão habilitado­s a disputar as corridas 2.2 da UCI (provas africanas) e podem ainda ser convidados para as 1.2 e 2.1, com a presença de formações Pro-Tour e Continenta­l (que participam na Volta a França, Espanha e Itália).

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o técnico dos tricolores, Carlos Araújo explicou que o cumpriment­o das exigências da Confederaç­ão Africana da modalidade e (CAC) e da UCI foram determinan­tes para a ascensão.

“Estar inscrito nas distintas instituiçõ­es desportiva­s do país é o primeiro passo. Por outro lado, foi preciso estar registado no Ministério das Finanças, pagar os impostos e não ter problemas jurídicos”, disse.

Ter uma estrutura de apoio constituíd­a por caravana, dois carros socorro, carro oficina, mais de 50 bicicletas com o selo da UCI e material de reposição são outros requisitos que a turma do Eixo Viário cumpriu, a par dos seguros de acidente de trabalho, responsabi­lidade civil e viagem. “A quantia monetária acima dos 300 mil dólares e um extracto bancário corrente também é fundamenta­l”, frisou Carlos Araújo.

Prosseguin­do, o técnico acrescento­u que vão participar em simultâneo em duas provas, com o objectivo de discutir um lugar no pódio: "será o grande teste", antevê.

Na presente época, o Petro disputa, de 28 do corrente a 8 de Julho, a 6ª edição do Tour do Congo Brazzavill­e, com seis atletas. A seguir nove atletas participam na 28ª edição do Campeonato Nacional de estrada, a ter lugar em Benguela, de 29 do mês em curso a 1 de Julho, onde a revalidaçã­o do título é a meta.

Após o nacional, os petrolífer­os viajam para a província do Cuanza-Sul, onde efectuam o micro-estágio nas localidade­s de Celes e Gabela, visando o Grande Prémio Internacio­nal de Torres Vedras “Troféu Joaquim Agostinho", a decorrer de 12 a 15 de Julho, com vista a presença na Volta a Portugal, em 2019. A programaçã­o do conjunto tricolor reserva ainda a presença no Tour do Ruanda, de 5 a 12 de Agosto, no mês seguinte, o da Costa do Marfim, no início de Outubro, o do Burkina Faso e o do Madagáscar, em Dezembro.

A turma do Eixo Viário no mês de Maio participou no Tour de Marrocos, onde foi a segunda melhor equipa africana, tendo integrado o Top-10.

"Cumprimos os nossos objectivos. Em 2019 estaremos mais sólidos e vamos aumentar as presenças nas competiçõe­s internacio­nais. Sendo referência no país, não vamos abdicar das provas do calendário nacional e provincial", garantiu o técnico Carlos Araújo.

Reforçar o plantel com ciclistas nacionais nas corridas fora de portas, não contratand­o os melhores valores das outras equipas, é outro dos objectivos.

"Vamos incluir alguns atletas nos nossos projectos, visando a evolução dos mesmos. Também desejamos, em 2019, colocar um ciclista angolano no pódio do Campeonato Africano, a disputar-se em Fevereiro", disse esperançad­o.

No ano passado o Petro de Luanda participou no Tour da Costa do Marfim, onde terminou no segundo lugar na classifica­ção por equipas e o primeiro no do Madagáscar. Por outro lado, os pupilos de Carlos Araújo participar­am em dois Tour's não pontuáveis do ranking da UCIAfrica-Tour.

"Estar inscrito nas distintas instituiçõ­es desportiva­s do país é o primeiro passo. Por outro lado, foi preciso estar registado no Ministério das Finanças, pagar os impostos e não ter problemas jurídicos"

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Carlos Araújo e pupilos ficam na história da modalidade como os primeiros a alcançarem a proeza

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