Os gestores públicos
O combate à corrupção é uma das principais prioridades do novo Executivo, que tem estado a empreender acções que vão no sentido de se neutralizarem práticas que são lesivas do interesse público. Já ninguém tem dúvida de que a corrupção é um dos nossos maiores males e a causa de muitos dos nossos problemas actuais . É positivo que o Executivo queira levar a cabo um combate sem quartel para travar práticas protagonizadas por indivíduos que foram ou são detentores de cargos públicos e que resultaram em graves prejuízos para o Estado, com repercussões negativas na vida dos cidadãos.
O tem informações, obtidas junto da Inspecção Geral do Estado, sobre a actuação de agentes públicos, que terão incorrido em actos criminosos. Essas informações dão conta da “existência de comportamentos graves de agentes do Estado , em relação à gestão financeira, patrimonial e de recursos humanos , muitos dos quais redundam em crimes graves, como o peculato.”
Perante a promessa feita pela Inspecção Geral do Estado de um combate efectivo à corrupção, os cidadãos esperam que esta importante instituição da República venha a contribuir para o fim da impunidade no país, responsabilizando todos os que, tendo a obrigação de defender o interesse público, utilizaram os dinheiros públicos para fins particulares, violando muitos instrumentos legais. Estamos todos nós ansiosos por ver se a Inspecção Geral do Estado prosseguirá sem hesitações com este seu trabalho de detectar inúmeras ilegalidades praticadas por gestores públicos que, por nunca terem temido qualquer punição, dirigiam instituições da República como se estas fossem entidades privadas.
É importante que se ponha um fim à impunidade com urgência. É preciso evitar que gestores que utilizaram mal os dinheiros públicos continuem à frente de instituições do Estado, sob pena de continuarmos a assistir a práticas de corrupção. Há muitos angolanos honestos e competentes no nosso país para dirigir instituições do Estado. Que se acabe com esta prática de se continuar a nomear pessoas que já deram provas de que não gostam de servir, mas apenas de se servirem, quando estão à frente de instituições públicas.
Os que andaram e andam a usar mal os dinheiros públicos, que são de todos nós, estão identificados. Resta apenas accionar os mecanismos necessários à responsabilização daqueles que, com os seus actos de má gestão, prejudicaram muitos cidadãos angolanos, que vivem dos seus magros salários e que fazem das “tripas coração” para sustentar as suas famílias .
Temos um novo Governo, e os cidadãos têm esperança de que muita coisa mude na administração directa e indirecta do Estado. Os cidadãos querem acções concretas no processo de combate à corrupção.