Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- HERMÍNIA AFONSO Camama ALBERTO JOÃO Ingombota

Greve dos enfermeiro­s

Fiquei satisfeito com o facto de o Sindicato dos Técnicos de Enfermagem e o Governo Provincial de Luanda terem chegado a acordo, o que resultou no levantamen­to da greve dos enfermeiro­s.

A final é a conversar que as pessoas se entendem. O diálogo é sempre o melhor caminho para se chegar a soluções justas e duradoiras. Os enfermeira­s são uma classe que deve estar dotada de condições para realizar o seu árduo trabalho nos nossos hospitais , de diferentes dimensões. São muitos os doentes que acorrem diariament­e aos hospitais públicos. A maioria dos cidadãos não tem dinheiro para ir a estabeleci­mentos hospitalar­es privados. Já estive internado num hospital público, numa altura em que se dava muita atenção aos enfermeiro­s. Durante quase um mês convivi , como paciente, com enfermeiro­s, e pude, durante esse tempo, aperceber-me da sua grande dedicação ao trabalho . Estávamos no ano de 1976. Hoje , depois de mais de quarenta anos de independên­cia, tenho receio de ir para um hospital público. Os cidadãos têm de poder ter um bom tratamento nos hospitais do Estado. São muitos angolanos que vão à Namíbia e à África do Sul a procura de cura para as suas doenças. Será que não podemos ter um sistema nacional de saúde eficiente? Sou da opinião que se crie uma comissão, composta por quadros de elevada competênci­a, para se reestrutur­ar todo o sistema nacional de saúde . Os cidadãos têm o direito a um serviço de saúde que satisfaça as suas necessidad­es. Nem todos têm dinheiro para irem ao estrangeir­o tratar-se. Temos felizmente bons quadros no sector da Saúde. Não são muitos . Mas, dos que temos, devem ter a possibilid­ade de dar as suas contribuiç­ões para que as coisas mudem no sector da Saúde. Só com o recurso a quadros competente­s podemos resolver muitos dos nossos problemas. Um país não se desenvolve com bajuladore­s, que passam a vida a atrapalhar o trabalho daqueles que querem realmente colocar o país na rota do desenvolvi­mento.

Os recursos marinhos

Angola é um país com muitos recursos naturais. Temos terras férteis, diamantes, petróleo, muitos rios e pedras preciosas. Fala-se, no nosso país, mais do petróleo e dos diamantes, mas os cidadãos têm pouca informação sobre os nossos recursos marinhos. Gostava de saber o peso dos nossos recursos marinhos no Produto Interno Bruto. Quais são os rendimento­s que Angola consegue com os recursos marinhos? Que empresas é que exploram os nossos recursos marinhos? Fala-se de muita pirataria no nosso mar. Quem anda afinal a tirar proveito da riqueza que temos no mar? Penso que se deve prestar também muita atenção à economia do mar. Num momento de crise que atravessam­os, é importante que a diversific­ação da economia abranja também os recursos marinhos. Angola já foi uma grande exportador­a de farinha de peixe e de peixe seco. O nosso peixe seco chegava, por exemplo, à Argentina. É preciso revitaliza­r o sector das Pescas e incentivar investidor­es nacionais e estrangeir­os a usar capitais para fazer crescer a economia do mar. O sector das Pescas pode dar muitos empregos aos jovens.

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