Joseph Kabila descarta um terceiro mandato
O Presidente da República Democrática do Congo (RDC), Joseph Kabila, não irá se recandidatar a um terceiro mandato, nas eleições de Dezembro deste ano, garantiu o primeiro-ministro congolês, Bruno Tshibala.
“As eleições irão acontecer sem a participação do Presidente Kabila, que vai seguir o espírito e letra da Constituição”, disse Tshibala à Reuters, em Montreal, Canadá.
A Constituição da RDC não permite três mandatos presidenciais. Tshibala disse que as eleições continuam agendadas para 23 de Dezembro, e que o Presidente Kabila participará numa reunião de líderes africanos, em Luanda, na próxima semana, na qual irá reconfirmar a realização de eleições.
Em declarações à agência noticiosa espanhola EFE, o porta-voz da Maioria Presidencial (MP), Alain Atundu Liongo, lembrou que, no acordo assinado em Dezembro de 2016 com a oposição, ficou definido que Kabila, no poder desde 2001, respeitará a Constituição.
As declarações do portavoz da MP surpreendem, uma vez que a decisão de Kabila não participar na votação nunca fora tornada pública no país. Por seu lado, o Presidente, cujo mandato expirou em Dezembro de 2016, temse mantido em silêncio.
Fontes da MP, citadas pela EFE, indicaram que Kabila, ao aparentemente desistir da corrida presidencial, poderá apresentar um "candidato fantoche" de forma a poder manter-se, indirectamente, no poder, onde se encontra desde 2001, sucedendo ao pai, Laurent Kabila, que morreu nesse ano. O porta-voz garantiu também que as eleições vão realizar-se "mesmo a 23 de Dezembro", apesar dos constantes atrasos, que provocaram protestos generalizados da oposição, uma vez que a votação esteve inicialmente marcada para Dezembro de 2016.