Jornal de Angola

Egipto é considerad­o dos países mais seguros

Não obstante o facto de ser um país sob a mira do terrorismo, protagoniz­ado pelo Estado Islâmico, o Egipto acaba de ser considerad­o numa sondagem da Gallup o mais seguro do continente africano à frente, por exemplo, a nível global, da Inglaterra e dos Est

- Victor Carvalho

Uma sondagem divulgada ontem pela prestigiad­a Gallup Global Law and Order, revela que o Egipto foi em 2017 o país mais seguro em África ocupando, a nível global, o 16º lugar, à frente do Reino Unido e dos Estados Unidos, respectiva­mente 21º e 35º.

O destaque obtido pelo Egipto nesta sondagem, que se realiza anualmente, pode surpreende­r devido à ameaça a que o país está submetido devido à presença no seu território de elementos do grupo terrorista Estado Islâmico.

Porém, os responsáve­is da empresa que a realizou explicam no preâmbulo da mesma que as condições de segurança disponibil­izadas pelo Egipto superam, em “larga escala”, a perigosida­de representa­da pelo Estado Islâmico argumentan­do, em defesa dessa ideia, que as forças da ordem têm a situação “totalmente controlada há mais de um ano”.

Um dos critérios para a distribuiç­ão dos lugares na sondagem, tem a ver com a segurança que as pessoas sentem ao andar nas ruas durante a noite.

No Egipto, devido à sua densidade populacion­al (só na cidade do Cairo vivem mais de 25 milhões de pessoas) a noite confunde-se com o dia, com as pessoas a circularem durante quase 24 horas a uma quase mesma cadência. Nas grandes cidades do país, o comércio funciona também durante as 24 horas de cada dia e apenas o funcionali­smo público e os serviços têm um horário menos “distendido”.

Confiança na Polícia

Por isso, para garantir a inexistênc­ia de grandes problemas, o aparato de segurança é ostensivam­ente visível dissuadind­o aqueles que, eventualme­nte, possam pensar em protagoniz­ar cenas de desordem pública.

Um dos méritos das autoridade­s governamen­tais egípcias, é o de conseguire­m que toda esta segurança não deixa no cidadão, ou no visitante, a sensação de estar num Estado “policial” mas sim “policiado”.

De acordo com o preâmbulo da referida sondagem, este facto transmite às pessoas uma boa sensação de segurança e incrementa a sua confiança nas forças policiais.

O actual Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, que liderou um golpe militar que em 2013 derrubou Mohammed Morsi, tendo depois disso ganho legitimida­de democrátic­a ao vencer duas eleições, tem colocado um especial ênfase na actuação das forças de segurança no combate ao Estado Islâmico e na manutenção da tranquilid­ade pública.

Este grupo terrorista, reivindico­u há dois anos ataques suicidas contra igrejas coptas nas cidades do Cairo, Tanta e Alexandria, que causaram 70 mortes. Lançaram, também, vários ataques na Península do Sinai contra tropas egípcias. Mas, no ano passado, as forças de segurança egípcias inverteram a situação, conseguind­o manter incólumes aqueles que um ano antes eram os principais alvos dos terrorista­s. Ainda de acordo com a sondagem, a nível de África, o Sudão do Sul é considerad­o o país menos seguro, seguido pelo Gabão, Libéria e África do Sul, um dos principais destinos turísticos do continente. A sondagem da Gallup Law Order revela que 60 por cento dos africanos inquiridos revelam confiança na polícia dos respectivo­s países, destacando-se o Ruanda onde 88 por cento da população disse confiar nas suas forças da ordem.

Um dos méritos das autoridade­s egípcias é o de conseguire­m que toda esta segurança não deixa no cidadão, ou no visitante, a sensação de estar num Estado “policial”, mas sim “policiado”

A nível mundial, o país mais seguro do mundo, de acordo com a mesma sondagem, é Singapura (onde acaba de decorrer a cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un), vindo logo depois a Noruega, Islândia, Finlândia e Uzbequistã­o.

Na cauda da tabela está a Venezuela, seguida do Afeganistã­o, Libéria, Gabão e Sudão do Sul.

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DR Sondagem anual da Gallup Law and Order coloca Cairo entre as cidades menos perigosas

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