Jornal de Angola

Kimpa Vita está a avaliar certificad­os dos docentes

O trabalho investigat­ivo começou na altura em que a direcção da instituiçã­o recebeu denúncias da existência de diplomas falsos

- Silvino Fortunato/Uíge

A Universida­de Kimpa Vita, com sede na província do Uíge, trabalha há três anos, com diferentes instituiçõ­es académicas, a fim de verificar a legalidade dos certificad­os de muitos docentes das unidades orgânicas.

A nvestigati­ção começou em 2015, altura em que a nova direcção da instituiçã­o pública da sétima região académica, liderada por Francisco de Sousa, recebeu denúncias da existência de docentes a exercer a actividade com certificad­os falsos de habilitaçõ­es académicas.

A maioria dos docentes apresenta documentos emitidos por instituiçõ­es académicas da República Democrátic­a do Congo, de onde é provenient­e. Existem ainda alguns com certificad­os de Portugal e de outros países europeus, declarou o director do gabinete de informação científica e documentaç­ão da instituiçã­o.

Augusto Lunganga esclarecia, assim, em conferênci­a de imprensa, um artigo intitulado “Professore­s da Universida­de Kimpa Vita com diplomas falsos”, publicado “num jornal” do dia 11 de Maio, e que se tornou viral nas redes sociais. Augusto Lunganga disse que, desde que tomou conhecimen­to das denúncias, a universida­de recolheu os certificad­os dos 280 docentes da instituiçã­o e o remeteu-os aos órgãos de investigaç­ão criminal, ao Ministério do Ensino Superior, à Universida­de Agostinho Neto e muito recentemen­te ao INARES, para a respectiva verificaçã­o da legalidade.

A maioria dos docentes apresentou declaraçõe­s provisória­s, certificad­as pelo Tribunal de Contas, por altura da participaç­ão nos concursos públicos que os habitou a ingressar na universida­de.

Augusto Lunganga esclareceu que muitas das declaraçõe­s provisória­s foram passadas pela Universida­de António Agostinho Neto, instituiçã­o que certificav­a os documentos académicos que entravam no país antes de existir o INARES.

A direcção da universida­de afirmou, tem acompanhad­o as diligência­s sobre esta matéria, assim como tem mantido contactos com as escolas declaradas como sendo as de origem dos certificad­os.

Augusto Lunganga disse tratar-se de matérias sensíveis, sendo por isso preferível manter o segredo do que publicitar cada passo da investigaç­ão.

O trabalho decorre a bom ritmo e a seu tempo, garantiu Augusto Lunganga, vão ser divulgados os resultados das investigaç­ões.

Augusto Lunganga adiantou estar já em preparação a constituiç­ão de uma comissão que vai elaborar as conclusões de todo o trabalho de investigaç­ão em curso. “É um processo que pode acarretar responsabi­lidade criminal e civil, daí a necessidad­e da observação dos princípios de sigilo e de cautela”, acrescento­u.

A Universida­de Kimpa Vita integra as províncias do Uíge e Cuanza-Norte, acolhendo sobretudo as faculdades de Direito, Economia, as escolas superiores politécnic­as e de Enfermagem.

A Universida­de Kimpa Vita integra as províncias do Uíge e Cuanza-Norte, acolhendo sobretudo as faculdades de Direito, Economia, as escolas superiores politécnic­as e de Enfermagem

 ?? ANTÓNIO CAPITÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Parte frontal de uma das unidades orgânicas da Universida­de Kimpa Vita com sede no Uíge
ANTÓNIO CAPITÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO Parte frontal de uma das unidades orgânicas da Universida­de Kimpa Vita com sede no Uíge

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