Adeptos percorrem longas distâncias
O “mundial” que decorre desde ontem na Rússia está a revelar histórias de vida de adeptos, que decidiram realizar verdadeiras aventuras ou loucuras.
Tal é o caso do egípcio que dá pelo nome de Mohamed que decidiu sair do Cairo, imaginem, de bicicleta até à Rússia, paraapoiarasuaselecçãonacional, percorrendo milhares de quilómetros com a sua “bike”. O ferrenho adepto dos Faraós, selecção do Egipto, percorreu numa linha recta imaginária a distância de 2.900 quilómetros.
Outra história contada pelo canal televisivo russo RT relata a aventura de dois islandeses que saíram de Reykavik, a capital do seu país, a bordo de um jipe Niva para se juntarem aos outros adeptos do seu país para dar calor e apoio à sua selecção, que faz a sua estreia nesta 21.ª edição do Campeonato do Mundo. Um percurso de aproximadamente 3.320 km, o que não deixa de ser uma aventura que poucos tinham coragem para entrar nela. Tal é também o caso de um idoso alemão que decidiu sair de Estugarda num velho tractor em direcção à Rússia, fazendo-se acompanhar do seu pastor alemão, para assistir às partidas dos actuais campeões do Mundo. Da cidade alemã até Moscovo são aproximadamente 2.069 km.
São histórias de paixão pelo futebol e total dedicação às suas selecções nacionais, que certamente muitos outros adeptos com espírito de aventura levam a cabo.
No “mundial” disputado no Brasil muitas foram as histórias de adeptos que atravessaram quase todo o continente americano em viaturas, motas e outros veículos para se juntarem à festa do futebol. Houve até quem trouxe consigo carros com quartos adaptados, prevendo já as enchentes nos hotéis e os preços elevadíssimos que são cobrados pelas diárias nestas ocasiões de muita procura.
Porexemplo,nestemomento, em Moscovo, uma noite num quarto simples chega a custar entre 15 e 18 mil rublos, qualquer coisa como 250 euros. Uma exorbitância que muitos aceitam pagar. No meu caso tive a sorte de encontrar um apartamento barato, mas apenas por um dia, pois o senhorio decidiu aumentar para oito mil rublos, sob pena de ter de mudar-me para outro de menores dimensões. É, pois a relação entre procura e oferta, apesar de o Governo russo e os empresários do ramo terem investido bastante e o número de quartos ter aumentado consideravelmente.
Para quem pretende vir mais tarde para a fase do “mata-mata” é melhor vir bem apetrechado em termos monetários. Não está fácil.
Praça Vermelha invadida
Adeptos de vários países invadiram literalmente a famosa Praça Vermelha em Moscovo, junto ao palácio do Governo russo, o não menos conhecido mundialmente Kremlin.
Com bandeiras, chapéus, batuques e outros instrumentos e peças de roupa que as identifiquem com as suas equipas, cada claque fez a sua representação. Umas mais barulhentas que outras, dando um colorido diferente e um ambiente festivo fora do comum para os moscovitas e à famosa Praça Vermelha, que está rodeada de outros pólos de interesse turístico, que também foram tomados de “assalto” pelos entusiastas do futebol.
Afinal, muitos estão aqui na Rússia não só para ver futebol, mas também para conhecer a vasta e rica cultura russa. Muitas selecções foram acarinhadas pelos adeptos durante as sessões de treino e neste particular destacaram-se os mexicanos, que, com os seus famosos “sombreros”, criaram um ambiente de jogo durante o apronto. Praça Vermelha, em Moscovo, tem sido o ponto de encontro