Jornal de Angola

Coreia do Sul quer cooperar

- Adelina Inácio

Angola produz 3,5 milhões de toneladas de lixo por ano, refere o Relatório Social de Angola 2016 elaborado pela Universida­de Católica de Angola (UCAN). Segundo o documento, que aponta dados do Ministério do Ambiente, deste número 1,3 milhões, equivalent­es a um terço, são produzidos em Luanda, num rácio que se estima entre 75 a 80 gramas por habitante.

O documento sublinha que com o ritmo actual de cresciment­o demográfic­o, as autoridade­s admitem um cenário desafiador, ao prever o aumento do volume de produção dos resíduos na capital na ordem de 146 por cento até ao ano de 2025, sendo que a capacidade de recolha e tratamento crescerá desproporc­ionalmente.

“Consideran­do que na sequência da crise económica, as verbas para o subsector de saneamento têm sido sistematic­amente reduzidas, pode-se dizer que em 2016 o volume de lixo de todos os cidadãos do país foi de longe superior ao que as operadoras conseguira­m recolher” realça o estudo. O embaixador da Coreia do Sul, Kim Dong Chan, manifestou ontem, em Luanda, o desejo de estabelece­r uma cooperação parlamenta­r com Angola.

A intenção foi manifestad­a pelo diplomata sul-coreano ao presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos. Kim Dong Chan disse, em declaraçõe­s à imprensa, que o presidente da Assembleia Nacional reconheceu que se tratou de um primeiro passo para a cooperação entre os dois países no âmbito parlamenta­r.

“Na verdade, a relação de cooperação entre a Coreia do Sul e Angola é já muito forte no âmbito político, económico e social, mas hoje queremos reforçar os laços de cooperação a nível parlamenta­r

O relatório faz referência às medidas adoptadas pela província de Luanda para contrapor o problema do lixo, como os “sábados vermelhos” e a campanha de 45 dias liderada por uma comissão nomeada pelo Presidente da República, em 2016. Acrescenta que restantes províncias seguiram o exemplo de Luanda, tendo adoptado modelos participat­ivos entre os dois países”, disse o diplomata.

Kim Dong Chan referiu que existe na Coreia do Sul um grupo de amizade de deputados sobre Angola, “mas ainda não existe no Parlamento angolano um grupo semelhante”. A Coreia do Sul pretende, segundo o diplomata, promover acções de intercâmbi­o e assinar um acordo com Angola neste domínio.

O acordo, declarou o diplomata, deve também prever a troca de visitas entre os deputados. O embaixador afirmou que os dois países estão a estudar outras áreas para ampliar a relação de cooperação.

Segundo o diplomta, o seu país pretende partilhar a experiênci­a de desenvolvi­mento económico com Angola. de gestão de lixo, com destaque para o Zaire, com o programa “Verde na cidade de Mbanza Congo”, Ondjiva (Cunene), Lobito (Benguela), com um modelo que inclui a participaç­ão financeira dos munícipes e empresas; Huambo e Dundo (Lunda Norte) da co-participaç­ão física. O relatório tem 303 páginas e está dividido em oito capítulos.

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