Angola vai certificar processos industriais
O Instituto Angolano de Acreditação (IAAC) está a elevar as competências para, dentro de quatro ou cincos anos, começar a acreditar organismos de avaliação da conformidade, anunciou ontem, em Luanda, a directora da instituição.
Cláudia Simões falava à imprensa à margem de um seminário sobre “A contribuição da acreditação para o aumento da confiança na actividade inspectiva”, promovido pelo Ministério da Indústria para comemorar o Dia Mundial da Acreditação, assinalado a 9 de Junho.
Cláudia Simões lembrou que o IAAC começou a funcionar há pouco menos de dois anos, pelo que, declarou, para melhorar a actuação, precisa de se preparar.
Neste momento, adiantou Cláudia Simões, estão em formação os quadros dos laboratórios, certificadores e de avaliação de conformidade, bem como estão a ser traçadas as estratégias para determinar o “modus operandi” do que vai ser o sistema angolano da qualidade, visando começar a acreditar organismos de avaliação da conformidade a nível do país. “Com o impulso do IAAC, Angola passou a contar com uma Associação Angolana dos Laboratórios que firmou parcerias com o organismo congénere da SADC para garantir a formação de quadros angolanos na África do Sul, onde, em Julho, decorrem dois cursos para formar cerca de 40 técnicos de laboratório de calibração e ensaio”.
Cláudia Simões afirmou que, como parte do processo de preparação, o IAAC realiza desde o início deste ano um inquérito nacional para registar e formar uma base de dados nacional de laboratórios, certificadores e de organismos de avaliação de conformidade.
No discurso de abertura, o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Frederico Cardoso, ressaltou a importância da acreditação, definindoa como um processo através do qual um organismo autorizado reconhece, formalmente, que uma organização ou pessoa é competente para efectuar tarefas específicas e produzir resultados dentro de limites aceitáveis, consistentes e sustentáveis.
Para Frederico Cardoso, um país com laboratórios credíveis, com organismos de certificação e de inspecção acreditados, estará em condições de promover um sistema de verificação e de controlo dos riscos das operações e dos negócios, bem como dos produtos e serviços disponíveis no mercado, aumentando a confiança dos agentes económicos e dos consumidores em transacções mais seguras, uma vez que os produtos e serviços testados com rigor gozarão de igual aceitação e confiança em mercados diferentes .
O Governo vai continuar a eliminar os obstáculos que ainda travam o progresso da internacionalização da economia angolana, declarou o responsável, acrescentando que a internacionalização da economia vai dar resposta à crescente necessidade de consumo e de melhoria da qualidade de vida da população angolana, bem como para fazer com que o país esteja à altura dos compromissos face à adesão às zonas de comércio livre da SADC e Continental Africana.
A ministra da Indústria, Bernarda Martins, considerou que, numa sociedade globalizada, como a actual, os consumidores têm de ter confiança nos produtos que adquirem, nacionais ou estrangeiros, sejam alimentos, medicamentos, aparelhos electrónicos ou qualquer outro bem ou serviço.
Membros do Governo, industriais e profissionais de diversas áreas participaram no seminário que encerrou ontem.
Temas como “O reconhecimento das competências técnicas dos organismos de inspecção”, “Actividade a avaliação da conformidade dos organismos de inspecção em Angola” e “Inspecção e controlo das normas e procedimentos aduaneiros em Angola” foram discutidos pelos participantes durante o encontro.