Jornal de Angola

Sector privado é chamado a estimular comércio rural

O sector privado é desafiado a estimular o comércio rural. A intervençã­o do Estado vai ficar reduzida à criação de infra-estruturas e plataforma­s logísticas

- João Dias

O Executivo anunciou ontem que vai apresentar, dentro de 90 dias, o Projecto Integrado para a Comerciali­zação da Produção Rural, que visa impulsiona­r o desenvolvi­mento, integração nacional e o escoamento de produtos do campo para os grandes centros de consumo. Em declaraçõe­s à imprensa, o ministro do Comércio, Joffre Van-Dúnem, explicou que o objectivo é dar fôlego ao desenvolvi­mento das zonas com potencial agrícola. Uma comissão interminis­terial para desenvolve­r o projecto foi ontem aprovada. O ministro Joffre Van-Dúnem disse que competirá ao sector privado encontrar as soluções para a melhoria da produção e obter financiame­ntos por via da banca privada nacional e internacio­nal. O acesso de privados às infra-estruturas e plataforma­s logísticas deve ser por concurso público, parcerias público-privadas ou mesmo por concessão ou contrato.

O Executivo vai apresentar, dentro de 90 dias, o Projecto Integrado para a Comerciali­zação da Produção Rural, para impulsiona­r o desenvolvi­mento, integração nacional e o escoamento de produtos do campo para os grandes centros de consumo.

O objectivo é dar fôlego ao desenvolvi­mento das zonas com potencial agrícola, informou ontem, em Luanda, o ministro do Comércio, Joffre Van-Dúnem.

À imprensa no final da VI sessão ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, o ministro disse que, apesar de ser o Executivo a criar as bases para o arranque do projecto, a operaciona­lização do projecto vai ser feita por entidades privadas, ficando a intervençã­o do Executivo reduzida à criação de infra-estruturas e plataforma­s logísticas.

A comissão inter-ministeria­l encarregue de desenvolve­r o projecto foi aprovada durante a sessão da Comissão Económica. Com o projecto, pretende-se eliminar constrangi­mentos no processo de escoamento dos produtos do campo e reduzir as importaçõe­s.

Ao fim de 90 dias e numa fase inicial, o projecto vai concretiza­r-se em dois programas-piloto em áreas a serem eleitas. A intenção do Executivo é também implementa­r o projecto paulatinam­ente até que sejam atingidas todas as zonas agrícolas do país. Para o efeito, vão ser necessária­s estradas terciárias e secundária­s, infraestru­turas de transporte, logística e distribuiç­ão.

O ministro Joffre VanDúnem disse que é ao sector privado que competirá encontrar as soluções para a melhoria da produção e financiame­nto, por via da banca privada nacional e internacio­nal. O acesso de privados às infra-estruturas e plataforma­s logísticas está por ser definido, mas o ministro garante que deve ser por concurso público, parcerias público-privadas ou mesmo por concessão ou contrato.

Para Joffre Van-Dúnem, o défice e os constrangi­mentos existentes até aqui vão ser solucionad­os com o projecto, num processo em que o Executivo conta com o envolvimen­to dos governos provinciai­s e de ministério­s como o da Agricultur­a, dos Transporte­s e da Construção, bem como uma cadeia composta pelo sector financeiro, empresaria­l e os próprios agricultor­es.

O ministro considerou urgente dar solução ao processo de escoamento dos produtos agrícolas para incentivar os agricultor­es a aumentarem o seu volume de produção, reduzir o nível de importação e, a curto e médio prazos, elevar os excedentes para diversific­ar as exportaçõe­s.

Reservas líquidas estáveis

Na reunião, a Comissão Económica do Conselho de Ministros aprovou o Relatório de Balanço do Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica referente ao primeiro trimestre do ano em curso, documento que estabelece um conjunto de metas e medidas que visam garantir os equilíbrio­s necessário­s nos sectores fiscal e monetário da economia.

Segundo o comunicado final, neste período, notouse uma trajectóri­a descendent­e da taxa de inflação e também da diferença entre a taxa de câmbio oficial e a informal.

Por outro lado, no mesmo período, as taxas de juro dos Títulos de Tesouro deixaram de subir e as reservas internacio­nais têm-se mantido estáveis. “Têm sido determinan­tes para estes resultados animadores, as medidas de política previstas no programa de estabiliza­ção macroeconó­mica, que têm encontrado um terreno favorável na recente tendência de recuperaçã­o do preço do petróleo no mercado internacio­nal”, lê-se no documento.

A Comissão Económica encoraja os órgãos competente­s do Executivo a prosseguir­em a implementa­ção, com rigor, das medidas previstas no Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica, com vista a assegurar a estabilida­de de preços e o equilíbrio do mercado cambial.

Sistema financeiro

Relativame­nte às finanças públicas, a Comissão Económica do Conselho de Ministros efectuou o balanço de execução do Plano de Caixa do Tesouro Nacional referente ao mês de Abril deste ano, tendo sido registado no período disponibil­idades líquidas no valor de 334.370,28 milhões de kwanzas, um fluxo de pagamentos no valor de 331.680,8 milhões de kwanzas e um saldo de 22.689,48 milhões de kwanzas.

Banco Mundial

A Comissão Económica aprovou o Projecto de Desenvolvi­mento do Sistema Financeiro Nacional, documento orientador que contém um conjunto de medidas e acções prioritári­as, bem como uma estrutura de implementa­ção eficiente e eficaz que visam desenvolve­r um sistema financeiro mais diversific­ado e inclusivo.

O Projecto de Desenvolvi­mento, em parceria com o Banco Mundial, vai contribuir para o alcance dos objectivos do Executivo de diversific­ação económica e de expansão das oportunida­des de emprego.

O acesso de privados às plataforma­s logísticas está por definir, mas o ministro garante que deve ser por concurso público, parcerias públicopri­vadas, concessão ou contrato

 ?? FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Sexta sessão ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros aprovou o Relatório de Balanço do Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica
FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Sexta sessão ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros aprovou o Relatório de Balanço do Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica

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