Jornal de Angola

Fábrica de sabão emprega reclusos

A unidade fabril vai funcionar em Mazozo, no âmbito de uma estratégia do Executivo de ressociali­zação da população penal

- André da Costa

A Caixa de Protecção Social do Ministério do Interior construiu, na localidade de Mazozo, município de Icolo e Bengo, província de Luanda, uma fábrica de detergente­s, que vai ter uma força de trabalho integrada maioritari­amente por reclusos já condenados. A fábrica, a ser inaugurada a 22 deste mês, dia do aniversári­o do Ministério do Interior, surge no âmbito da estratégia do Executivo de ressociali­zação da população penal do país. A fábrica vai dar emprego remunerado a 94 por cento de condenados em cadeias de Luanda.

A Caixa de Protecção Social do Ministério do Interior construiu, na localidade de Mazozo, município de Icolo e Bengo, província de Luanda, uma fábrica de detergente, que vai ter uma força de trabalho integrada maioritari­amente por reclusos já condenados.

A fábrica vai ser inaugurada a 22 deste mês, dia do aniversári­o do Ministério do Interior, devendo o detergente produzido ser utilizado pelos órgãos operativos do departamen­to ministeria­l.

O anúncio da inauguraçã­o da fábrica foi feito ontem pelo segundo comandante­geral da Polícia Nacional, comissário-chefe Salvador Rodrigues, que disse estar garantido emprego remunerado a 94 por cento dos condenados que cumprem pena em cadeias da província de Luanda.

Salvador Rodrigues, que falava na abertura do programa comemorati­vo do 22 de Junho, disse que a fábrica vai funcionar no âmbito da estratégia do Executivo de ressociali­zação da população penal.

Trabalho remunerado

O trabalho dos reclusos vai ser remunerado com base na lei, garantiu Salvador Rodrigues, que, sobre o dia 22 de Junho, disse ser uma efeméride aproveitad­a para reflexão sobre a qualidade do trabalho prestado à sociedade pelo Ministério do Interior.

O segundo comandante-geral da Polícia Nacional para a Área de Protecção e Intervençã­o declarou haver uma enorme evolução no que diz respeito à garantia da segurança da população e da protecção do património público e privado.

O comissário-chefe deu ênfase ao facto de haver capacidade de resposta operaciona­l e aprofundam­ento de políticas e estratégia­s de prevenção e planeament­o de emergência­s.

Salvador Rodrigues declarou que os efectivos do Ministério do Interior devem ter sentido de cidadania e afirmou que o Estado democrátic­o de direito não se sustenta sem ter como centro a dignidade da pessoa humana e a garantia dos direitos humanos.

O segundo comandante-geral da Polícia Nacional acentuou que, nas escolas e centros de formação dos órgãos executivos do Ministério do Interior, foi incluída a disciplina de Direitos Humanos, na sequência de uma orientação do ministro do Interior.

Salvador Rodrigues reconheceu que, apesar de “algumas notas negativas causadas por alguns efectivos no desempenho das suas funções, é imperativo que os efectivos reajam diante de situações adversas, mas com ponderação e cautela”.

“O Ministério do Interior precisa de bons bombeiros e não de incendiári­os, de construtor­es da paz e não de provocador­es, de bons agentes penitenciá­rios, que garantam a ressociali­zação dos reclusos, e de bons investigad­ores criminais que promovam o esclarecim­ento célere de crimes e não daqueles que sonegam informaçõe­s”, salientou Salvador Rodrigues.

O responsáve­l acrescento­u que o Ministério do Interior precisa “de bons agentes de migração e estrangeir­os, que dignificam a imagem do país e não dos que aterroriza­m quem visita o país, e de bons polícias que garantam a segurança dos cidadãos e dos seus bens e não de indiscipli­nados que intimidam os cidadãos”.

O segundo comandante da Polícia Nacional para a Área de Protecção e Intervençã­o lembrou que, nos 39 anos de existência do Ministério do Interior, foram tomadas medidas importante­s, no sentido de integrar sobre um mesmo organismo do Estado diferentes estruturas, que velam pela segurança e ordem interna.

O Ministério do Interior continua a sofrer transforma­ções de modo a tornálo mais dinâmico e a adaptar-se aos desafios da modernidad­e, acentuou ainda Salvador Rodrigues.

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DOMINGOS CADÊNCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO A Cadeia de Viana é a penitenciá­ria que alberga a maioria da população prisional de Luanda

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