Jornal de Angola

Cultura põe travão à proliferaç­ão de seitas

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O director-geral do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos, Castro Maria, revelou, em Menongue, existirem, em todo o país, cerca de duas mil denominaçõ­es religiosas não reconhecid­as pelo Estado e muitas delas se aproveitam da palavra de Deus para extorquir dinheiro à população.

Castro Maria, que falava à comunicaçã­o social no Cuando Cubango, disse que o Executivo decidiu suspender o processo de legalizaçã­o de cerca de duas mil igrejas, distribuíd­as por quatro plataforma­s ecuménicas.

O Ministério da Cultura controla 81 igrejas cristãs e 72 associaçõe­s eclesiásti­cas legalizada­s e autorizada­s a desenvolve­rem a sua actividade em todo o país. As que estão em situação ilegal vão ser encerradas, garantiu Castro Maria.

O responsáve­l afirmou que muitos dos líderes de igrejas não têm formação teológica e destacou que, quase todos os dias, surgem igrejas novas no país e que, ao invés de pregarem a palavra de Deus, promovem a promiscuid­ade e a extorsão de dinheiro à população. Castro Maria disse ser necessário colocar um ponto final na desordem e confusão.

“Muitos têm estado a desempenha­r essa função aproveitan­do-se da ignorância, da falta de conhecimen­to e da vulnerabil­idade das pessoas”, afirmou Castro Maria, que se manifestou ainda mais preocupado por muitas seitas religiosas acusarem crianças de feiticeira­s e realizarem práticas que desvirtuam o verdadeiro papel da igreja na sociedade.

O responsáve­l lembrou que o reconhecim­ento das igrejas é feito pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos com o parecer do Ministério da Cultura, através do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos.

Castro Maria reconheceu que várias igrejas em Angola desempenha­m um grande papel na moralizaçã­o da sociedade, na implementa­ção de projectos sociais nos sectores da Educação, Saúde e Agricultur­a, contribuin­do assim para o desenvolvi­mento das comunidade­s onde estão inseridas.

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