Jornal de Angola

ONG denuncia tratamento indigno dado a migrantes

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A organizaçã­o não governamen­tal britânica Oxfam disse ontem que os migrantes que conseguem sair da Líbia e chegar a Itália enfrentam um problema na fronteira com a França, ficando aí 'entalados' sem água, comida, abrigo ou direitos básicos adequados.

O relatório da Oxfam, citado pela Angop e divulgado no mesmo dia em que o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, se reuniram para debater a política migratória dos seus países e da União Europeia, analisa o êxodo dos migrantes desde o continente africano para a Europa, focando-se na zona onde as 'Rivieras' francesa e italiana, populares destinos de férias dos europeus, se encontram.

O Presidente francês criticou a decisão tomada esta semana pela Itália de não deixar atracar um navio com 629 migrantes a bordo, consideran­do que o Executivo italiano mostrou “cinismo” e um comportame­nto “irresponsá­vel”. O navio Aquarius acabou por ser autorizado a seguir para a Espanha, o mesmo acontecend­o com dois outros barcos que estão agora a caminho da nação ibérica depois de passarem dias ao largo da costa italiana.

Na resposta, o Governo italiano disse: “A Itália não pode aceitar lições hipócritas de países que no tópico das migrações sempre preferiram olhar para o outro lado”.

Quase 39.900 migrantes viram negada a entrada em França na fronteira com a Itália entre Janeiro e Agosto do ano passado, de acordo com os números oficiais.

O relatório da Oxfam, que aponta várias situações de tratamento indigno dos migrantes pela Polícia francesa, refere ainda que havia 200 migrantes em Ventimigli­a em 2015, citando números de um director de uma ONG, mas a população cresceu exponencia­lmente para 16.500 desde que a França impôs controlos na fronteira, nesse ano.

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AFP Depois de rejeitado na Itália, “Aquarius” entra na Espanha

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