Formação académica e profissional assegura futuro das crianças no país
Mais de cinco mil crianças em Angola participaram, desde 2010, num projecto de formação académica e profissional denominado “Cidadela Jovens de Sucesso”. O projecto social, promovido pelo Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP), tutelado pelo Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, trabalha este ano com 699 menores em situação de vulnerabilidade, alguns dos quais vivem em centros de acolhimento, onde, além de encontrarem um lar, aprendem a ler e a escrever. Os dados foram apresentados ontem, em Luanda, pelo director-geral do INEFOP, Manuel Bangui, num encontro dedicado ao tema “Formação Integral da Criança: Caminho Seguro para o Desenvolvimento” e realizado no Centro de Formação Feminina do Rangel, para saudar o Dia da Criança Africana, que é assinalado hoje.
Jovens de sucesso
O director-geral do INEFOP defendeu que a formação tem de ser preparada com antecedência, daí o Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social ter criado escolas rurais de capacitação e ofícios, com o nome “Cidadela Jovens de Sucesso”, para a capacitação integral de jovens, visando a sua inserção no mercado de trabalho.
No âmbito do projecto, estão a funcionar três escolas, sendo duas em Luanda e uma na província do Moxico, estando matriculadas este ano 699 crianças. Ainda este ano vão ser inauguradas mais dois centros.
“Albergamos crianças dos nove aos 14 anos e elas fazem a carreira curricular normal e a formação profissional de acordo com a idade”, disse o director-geral do INEFOP.
O secretário de Estado do Trabalho e Segurança Social, Jesus Moreira, defendeu, na ocasião, que é preciso apostar na formação da criança em vários sentidos, visando o seu crescimento psicomotor, social e comportamental, para que, no futuro, se torne adulto preparado para a vida.
Jesus Moreira declarou que o INEFOP tem promovido, no âmbito dos esforços do Executivo, o desenvolvimento integral da criança.
“Vale lembrar que todo adulto foi criança”, declarou Jesus Moreira, acrescentando que “queremos assumir a responsabilidade de criar oportunidades para que a criança goze na plenitude os seus direitos fundamentais, como ter uma família que a proteja, uma identidade, o direito de brincar, vida saudável, ir à escola e divertir-se”.
Jesus Moreira salientou que “toda a criança tem de ter o seu tempo de ser criança, porque é, nesta etapa, que se desenvolve de forma integral para se tornar adulto consciente e naquilo que a sociedade espera que venha a desempenhar”.
O Dia da Criança Africana foi instituído, em 1991, pela então Organização de Unidade Africana (OUA), em homenagem às crianças e jovens estudantes que perderam a vida no massacre de Soweto, ocorrido em 1976, durante o então regime do apartheid da África do Sul, que vigorou até 1991.