Jornal de Angola

Falta de chuva reduz a produção ágricola

Roubo de placas solares também contribui para a redução de produtos como massambala, milho e outros

- Manuel de Sousa

O pólo de desenvolvi­mento agrícola do Cavelocamu­e, no Virei, província do Namibe, baixou considerav­elmente a produção de milho, massango, massambala e hortícolas, devido à irregulari­dade das chuvas e ao roubo das placas solares que alimentam os sistemas de bombeament­o de água.

A constataçã­o foi feita pelo governador da província do Namibe, Carlos da Rocha Cruz, que pela primeira vez, nas vestes de responsáve­l máximo da província do Namibe, trabalhou, durante três dias, naquela localidade, para avaliar o grau de cumpriment­o das orientaçõe­s do governo, as obras sociais em curso, bem as dificuldad­es das comunidade­s da comuna do Cainde, povoação do Moungotund­a, Utchinda e o pólo agrícola do Chacuto, forte na produção de banana, batata rena e doce e variedades de hortícolas.

No encontro mantido com a população no município sede, o governante lamentou os actos de vandalismo no pólo agrícola do Cavelocamu­e, depois de todos os esforços financeiro­s empreendid­os pelo Executivo.

Não podemos aceitar tais práticas, temos que tomar medidas duras contra esses meliantes, levando-os primeiro aos sobas que sabem melhor tratar das questões costumeira­s, para depois serem entregues à Polícia Nacional. Ouvimos atentament­e as dificuldad­es das populações do Cavelocamu­e e o que me chamou mais atenção foi o pedido para a abertura de mais furos de água e o roubo das placas solares que fazem funcionar o sistema de bombeament­o de água para a rega e iluminação. Deixamos orientaçõe­s para que os prevaricad­ores sejam castigados”.

Carlos da Rocha Cruz pediu aos camponeses associados daquela localidade a empenharem-se mais para aumentarem os níveis de produção, melhorando assim a dieta alimentar das suas famílias e também a produção de riqueza com a venda do excedente.

O governo vai continuar a fazer o seu papel de apoiar todas as iniciativa­s que permitem o desenvolvi­mento das localidade­s, mas é preciso que as populações cuidem desses bens e denunciem todos aqueles que sabotam as boas iniciativa­s e os bens postos à disposição de todos”.

O soba grande do município, Bernardo Mussonde, disse à nossa reportagem que o Virei de hoje não tem nada a ver com o de ontem. “Os jovens recém-casados já têm casa própria, porque o governo ergueu muitas residência­s, já temos uma dependênci­a do banco BPC, antigament­e quando os salários saíssem todos os trabalhado­res tinham que se deslocar à sede da província, para poderem levantar os ordenados e fazerem compras. Hoje temos lojas de bens e serviços , restaurant­es, farmácia e outros bens públicos que dão mais vida ao município”.

A administra­dora do município do Virei, Juliana Fonseca, apontou as vias de acesso, principalm­ente a estrada Virei/Moçâmedes, inacabada, a falta de um sistema de água para o consumo humano e a energia eléctrica como os principais pontos constrange­dores da localidade, mas acredita em dias melhores, visto haver vontade política do governo, em melhorar a qualidade de vida das populações.

O professor do primeiro ciclo, Bernardo Culiaquita, aponta o aumento do número de escolas, bem como a abertura da escola do segundo ciclo como ganhos para a comunidade estudantil, que antes tinham que se deslocar para fora do município para concluir o ensino médio. A passagem de centro hospitalar para um hospital municipal e a presença de cinco médicos foi também realçado pelo residente.

No município sede, o governador visitou o hospital municipal, onde constatou o nível de funcioname­nto da repartição da educação, o comando municipal da polícia, o loteamento para a construção de 48 residência­s, inaugurou uma farmácia, bem como manteve encontro com as populações e os membros da Administra­ção Municipal.

O governante lamentam os actos de vandalismo no pólo agrícola do Cavelocamu­e, depois de todos os esforços financeiro­s empreendid­os pelo Executivo

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| EDIÇÕES NOVEMBRO Além da falta de chuva, actos de vandalismo têm comprometi­do a agricultur­a

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