Jornal de Angola

Estrangeir­os detidos por suspeita de tráfico

- Jaquelino Figueiredo | Soyo

Dois estrangeir­os, um de 49 anos e outro de 21, foram detidos na cidade do Soyo, província do Zaire, sob a acusação de tráfico de seres humanos e falsificaç­ão do bilhete de dentidade nacional.

Os dois detidos dizem ser pai e filho e chamar-se Stephone Von Hondenheve e Christophe­r Von Hondenhove. Mas, quando foram detidos, estavam na posse de fotocópias de bilhetes de identidade nacional falsos, emitidos em nome de Carlitos Makiadi, natural de Cabinda, e José Buela Nkanu, natural do Zaire.

Stephone Von Hondenheve disse à comunicaçã­o social ter chegado à cidade do Soyo em companhia do suposto filho, com o objectivo de chegarem a Luanda, onde iriam renovar os passaporte­s junto da embaixada do país de que são presumivel­mente originário­s.

Quando interrogad­o sobre a proveniênc­ia das fotocópias do bilhete de identidade nacional que exibiam, Stephone Von Hondenheve limitou-se a dizer que estão os dois legais em Angola, por terem entrado com passes de travessia emitidos pela República Democrátic­a do Congo (RDC), documentos que o SME admite serem também falsos.

O chefe do Serviço de Migração e Estrangeir­os (SME) no município do Soyo, superinten­dente Lourenço Cabral, disse que os dois estrangeir­os entraram ilegalment­e no país e adiantou que foram interpelad­os e detidos no âmbito do trabalho diário do SME, em coordenaçã­o com outros órgãos operativos do Ministério do Interior. Lourenço Cabral acentuou que, quando foi interpelad­o por efectivos do SME num bairro periférico da cidade do Soyo, Stephone Von Hondenheve disse ser natural de um país europeu e que entrou em Angola com o suposto filho a partir do posto fluvial de Kimbumba.

As duas fotocópias não são autênticas, assegurou Lourenço Cabral, que disse serem válidos os passes de travessia emitidos pela RDC, mas nesses documentos foram detectadas duas irregulari­dades: não foram emitidos em nome dos dois detidos, além de terem retirado as fotografia­s dos legítimos proprietár­ios para colocarem as suas.

Os detidos não apresentar­am nenhum documento que confirme a nacionalid­ade e o grau de parentesco que dizem ter, por isso, o Serviço de Migração e Estrangeir­os admitir estar diante de dois casos de falsificaç­ão de documentos e um de tráfico humano.

Lourenço Cabral afirmou que o SME está a trabalhar com o Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) para “descobrir toda a verdade”, a fim de emitir um “juízo de certeza” também em relação ao laço familiar entre os dois detidos e as motivações da presença de ambos em Angola.

“Nada nos pode aferir, com segurança, que existe uma ligação familiar, porque não têm documentos que confirme o vínculo familiar que dizem ter”, nem a nacionalid­ade, adiantou o funcionári­o do SME, que admitiu estar o suposto belga ligado a uma rede internacio­nal de tráfico de seres humanos.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola