Jornal de Angola

REFUGIADOS

ACNUR agradece apoio do Executivo

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O Alto Comissaria­do das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) agradeceu ontem, em Luanda, o apoio do Executivo na protecção dos refugiados da República Democrátic­a do Congo (RDC) acolhidos na província da Lunda-Norte.

A satisfação foi manifestad­a pela representa­nte do ACNUR em Angola, Philippa Candler, durante um encontro que teve com o presidente da 10ª Comissão dos Direitos Humanos, Petições, Reclamaçõe­s e Sugestões dos Cidadãos da Assembleia Nacional, Raúl Danda.

Segundo dados oficiais, até Março do ano em curso, o centro de assentamen­to de refugiados do Lóvua, na província da Lunda-Norte, controlava 35 mil deslocados da RDC, dos quais 77 por cento eram mulheres.

Embora não tenha apresentad­o estatístic­as, Philippa Candler disse que parte desta população está a regressar ao país de origem, estando, neste momento, controlada­s entre 22 a 23 mil pessoas que estão a ser “bem assistidas.”

Relativame­nte aos mais de 63 milhões de dólares necessário­s para tratar de questões relativas aos refugiados, afirmou que apenas 8 por cento do valor foi arrecadado, ficando longe de cobrir as despesas todas. “Muitas necessidad­es não são abrangidas para dar uma resposta mais robusta”, disse.

No encontro com Raúl Danda, Philippa Candler apresentou preocupaçõ­es, como a não ratificaçã­o, por Angola, da Lei n.º 10/15, de 17 de Julho, sobre os Refugiados. Casos de refugiados sem documentaç­ão ou com documentos caducados, além daqueles que precisam de alvarás comerciais para exercerem a actividade comercial e a situação dos apátridas, foram outros assuntos abordados durante a reunião.

“As preocupaçõ­es apresentad­as pelo ACNUR serão encaminhad­as ao Titular do Poder Executivo e seus auxiliares para serem melhorados e tornar mais fácil a vida dos refugiados”, assegurou Raúl Danda, em declaraçõe­s à imprensa, no final do encontro realizado no dia em que se assinala o Dia Mundial do Refugiado. O acto central nacional teve lugar no município do Lóvua, Lunda-Norte.

Mensagem de Guterres

Com mais de 68 milhões de pessoas no mundo todo deslocadas devido a conflitos e perseguiçõ­es — quase o equivalent­e à população da Tailândia — o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu unidade e solidaried­ade como um primeiro passo para apoiá-las.

O apelo de António Guterres foi feito em mensagem de vídeo por ocasião do Dia Mundial do Refugiado, assinalado ontem. Na mensagem, Guterres disse que uma pessoa se deslocou a cada dois segundos durante 2017.

“No Dia Mundial do Refugiado, todos nós precisamos de pensar no que podemos fazer para ajudar”, disse. A resposta “começa com unidade e solidaried­ade”, acrescento­u. O Secretário-Geral das Nações Unidas também manifestou profunda preocupaçã­o com o aumento do número de refugiados que não estão a receber a protecção à qual têm direito. Guterres lembrou que comunidade­s ou países que fornecem um porto seguro para aqueles que fogem de guerras e perseguiçõ­es precisam de ser apoiados.

Ainda este ano, um Pacto Global para Refugiados será apresentad­o à comunidade internacio­nal durante reunião na sede da ONU, em Nova Iorque. Guterres disse que o pacto oferece “um ca-minho adiante”, enquanto também reconhece as contribuiç­ões que os refugiados fazem para as sociedades que os acolhem.

“Enquanto houver guerras e perseguiçõ­es, haverá refugiados. No Dia Mundial do Refugiado, peço que você se lembre deles”, disse Guterres. “A história dos refugiados é de resiliênci­a, perseveran­ça e coragem. A nossa precisa ser de solidaried­ade, compaixão e acção.”

Acto central nacional do Dia Mundial do Refugiado teve lugar no município do Lóvua, província da Lunda-Norte, que acolhe milhares de cidadãos da RDC que fugiram do conflito

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ALBERTO JULIÃO | ANGOP Philippa Candler reuniu ontem com o presidente da 10ª Comissão da Assembleia Nacional

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