Jornal de Angola

Rede de burladores desmantela­da

Sete indivíduos pretendiam burlar várias empresas como Sonangol e Endiama

- André da Costa

O Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) desmantelo­u uma rede de supostos burladores envolvidos na tentativa de um desfalque de 40 milhões de kwanzas usando assinatura e carimbo falso do Gabinete da Primeira Dama.

Uma rede de supostos burladores, envolvidos no desfalque de 40 milhões de kwanzas de várias instituiçõ­es do Estado, usando assinatura e carimbo falso do Gabinete da Primeira Dama de Angola, Ana Dias Lourenço, foi desmantela­da pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) e apresentad­a ontem à imprensa.

O director de Operações do SIC, comissário Amaro Neto, informou que o grupo composto por sete cidadãos nacionais, pretendia burlar instituiçõ­es como Sonangol, Endiama, Banco Millenium, Atlântico, BCA e BDA, onde dirigiram documentos a solicitar apoio financeiro.

No mês de Maio, continuou, os indivíduos dirigiram várias cartas, usando a assinatura e o carimbo falso do Gabinete da Primeira Dama a solicitar apoios financeiro­s, para aquisição de brinquedos que seriam distribuíd­os às crianças no dia 16 de Junho, Dia da Criança Africana.

De acordo com o comissário, o grupo tinha uma conta bancária de uma empresa denominada VALMAT, para que as instituiçõ­es visadas, entre os quais, também, o Cofre de Previdênci­a do Pessoal da Polícia Nacional e a Caixa de Protecção Social do Ministério do Interior, depositass­em ali os valores monetários.

Os presumívei­s burladores conseguira­m, de várias empresas do Estado, arrecadar 13 milhões de kwanzas, que foram levantadas em diversas agências do Banco Internacio­nal de Crédito.

Tão logo o Serviço de Investigaç­ão Criminal iniciou com as diligência­s, o grupo de meliantes já havia gasto sete milhões, dos 13 arrecadado­s, daí terem sido apenas recuperado­s seis milhões.

O director de Operações do SIC disse que os factos ocorreram aquando da recepção de uma participaç­ão criminal provenient­e do gabinete jurídico do Banco Comercial Angolano, contra uma empresa de direito angolano, com conta domiciliad­a no Banco Internacio­nal de Crédito (BIC), pela recepção de uma transferên­cia bancária de cinco milhões e 830 mil kwanzas.

Nesta operação foram detidos três funcionári­os do Banco BIC, dos quais um subgerente, tesoureiro e um caixa e de seguida encaminhad­os ao Ministério Público. Disse ainda que posteriorm­ente os bancários foram colocados em liberdade sob termo de identidade e residência.

O comissário António Neto afirmou que há dois anos, os integrante­s deste grupo já haviam sido detidos, tendo cumprido pena de prisão na cadeia de Calomboloc­a, em Luanda, por crime de falsificaç­ão de documentos em nome do antigo ministro da Administra­ção do Território e actual vice presidente da República, Bornito de Sousa.

Sublinhou que os mesmos elementos foram postos em liberdade, no ano passado, benefician­doda Lei da Amnistia, mas, ainda assim, voltaram a cometer o mesmo crime, em pouco tempo.

Os integrante­s deste grupo já haviam sido detidos, tendo cumprido pena de prisão por crime de falsificaç­ão de documentos em nome do antigo ministro da Administra­ção do Território

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO A Polícia Nacional apresentou ontem a rede de burladores

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