Jornal de Angola

Candidatos à liderança são conhecidos hoje

- Edna Dala

Os candidatos à liderança da FNLA são conhecidos hoje, durante o segundo dia do congresso extraordin­ário do partido que é realizado por mais da metade dos membros do Comité Central, que se realiza desde ontem, em Luanda.

A informação foi avançada ontem, à imprensa, pelo porta-voz do congresso, Laiz Eduardo, que anunciou, para hoje, último dia do conclave, a eleição do novo presidente do partido.

Até ontem, ainda não eram oficialmen­te conhecidos os candidatos à liderança do partido, mas Fernando Pedro Gomes, candidato derrotado no último congresso ordinário e posteriorm­ente afastado da direcção, não esconde a pretensão de presidir ao partido.

O congresso começou ontem com várias horas de atraso, num encontro em que o principal objectivo é a eleição de uma nova direcção, devido ao que consideram de letargia em que se encontra o partido liderado por Lucas Ngonda.

Os organizado­res olham para este congresso como a grande oportunida­de para acabar, em definitivo, com os conflitos e as alas do partido, bem como a letargia em que se encontra. Daí terem escolhido o lema “Angola salve a FNLA, um dos seus património­s históricos, uma dívida moral”.

Ndonda Nzinga, coordenado­r geral do grupo de trabalho preparatór­io do conclave, considerou ilegal o congresso do partido convocado para o período entre 25 e 28 deste mês, na cidade do Huambo. Admitiu que o congresso que se realiza em Luanda não acontece como normalment­e é habitual - não foi convocado pelo presidente -, mas sublinhou que, nos termos dos estatutos, 50 por cento mais um dos membros do Comité Central também têm esta competênci­a.

Igualmente afastado da direcção do partido, Ndonda Nzinga acusou o presidente Lucas Ngonda de ter realizado uma reunião do comité central inconclusi­va, pois forjou, na sua residência, um comunicado vinculando, de forma maliciosa, nomes de membros daquele órgão do partido para validar a convocação do conclave.

Ndonda Nzinga, que foi membro da comissão organizado­ra do último congresso, disse que, além de existirem provas, foi aberto um processo que está a seguir os trâmites no Tribunal Constituci­onal. O número do processo, sublinhou, é o 626/2018.

O político acusou igualmente Lucas Ngonda de defender intransige­ntemente o seu interesse pessoal, afastando compulsiva­mente todos os dirigentes do partido, incluindo os órgãos centrais, sem obedecer o que estabelece os procedimen­tos legais, nomeadamen­te a Lei n.º 22/10, dos Partidos Políticos.

Numa nota, a direcção da FNLA refere que o congresso em curso em Luanda não tem validade, porquanto foi convocado por indivíduos sem legitimida­de para convoca-lo.

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