Guterres preocupado com violência contra civis
A situação na República Centro-Africana (RCA) continua a degradar-se, reconheceu o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, no relatório quadrimestral sobre este país, que apresentou ao Conselho de Segurança.
António Guterres apresentou uma situação de confrontos armados e violência contra civis, em várias partes do país, bem como ataques ao pessoal humanitário e aos capacetes azuis que integram a missão das Nações Unidas no país, a Minusca.
“Particularmente preocupante é a posição de crescente ameaça à capital (Bangui) por parte de alguns grupos armados”, especificou. Uma “retórica sectária” e “incendiária”, a “exploração de diferenças religiosas” e “a manipulação da população” têm contribuído para um “aumento da violência intercomunitária”, bem como para “a hostilidade para com a Minusca e outros actores internacionais”.
No seu relatório, António Guterres admitiu que está “aterrado” com o facto de, “cinco anos depois do início da crise na República Centro-Africana, a violência intercomunitária continuar a ter um forte impacto nos civis em todo o país”.
De forma detalhada, Guter- res apontou: “O carácter de vingança das matanças, complementadas com a destruição e a queima sistemática de símbolos religiosos, como mesquitas e igrejas, é profundamente perturbador”.
Neste mesmo registo, acrescentou que “perturbadora é também a feroz disputa de recursos por parte de grupos armados, a violência criminosa e a manipulação de identidades religiosas e étnicas por motivos de ganhos políticos, o que está a alimentar a violência”.
O Secretário-Geral da ONU faz mesmo o alerta: “O aumento da violência em Bangui é particularmente preocupante, tal como a posição de crescente ameaça à capital por parte de alguns grupos armados, o que alimenta rumores e a insegurança”.