Jornal de Angola

Núncio considera interrupçã­o da vida condenada à luz de Deus

- Jaquelino Figueiredo | Soyo

O núncio apostólico em Angola, D. Peter Rajic, afirmou, na cidade do Soyo, que a sociedade nunca vai ser saudável enquanto houver médicos que, apesar de terem prestado o Juramento de Hipócrates, praticam abortos, sendo, por isso, “devastador­es da vida”, rótulo que é extensivo ao legislador defensor da interrupçã­o da gravidez.

D. Peter Rajic, que celebrou domingo uma missa que encerrou a festa de Santo António do Zaire, padroeiro da cidade do Soyo, lembrou que a interrupçã­o da vida uterina é condenável à luz de Deus por compromete­r a constituiç­ão de uma família sadia. Na sua homilia, o representa­nte do Vaticano em Angola afirmou que “as crianças concebidas devem nascer em paz e no amor, e serem levadas ao cresciment­o em plenitude até à idade que Deus planejou e não morrer antes de nascerem.”O católico lembrou que o aborto é “um pecado grave” por desestrutu­rar a pessoa em causa, a família e a sociedade.

A vida deve ser defendida por ser um “bem precioso e inviolável”, adiantou ainda o núncio apostólico em Angola.Peter Rajic foi mais incisivo quando disse que os defensores do aborto se estão vivos é porque “um dia foram embriões e hoje estão aqui como pessoas.” Uma afirmação que serviu, implicitam­ente, como recado para os legislador­es que, de acordo com o núncio apostólico, “aprovam leis de supressão da vida uterina, através do aborto.”

O dirigente católico condenou todas as formas de propaganda para “matar inocentes, através da interrupçã­o da gravidez”, um acto que contraria os mandamento­s de Deus. O núncio apostólico apelou à mudança de consciênci­a por parte dos legislador­es que “não tomam decisões coerentes” quando votam projectos de lei que defendem o aborto sem criminaliz­ar os seus praticante­s. No seu entender, os legislador­es devem tomar decisões coerentes, a favor da vida, abolindo projectos de leis e cumprindo apenas a lei de Deus, que é “não matar.”

“Como podemos ter uma sociedade saudável, quando um parlamenta­r se torna legalmente assassino?”, interrogou-se D. Peter Rajic, para quem as pessoas devem ser promotoras do discurso de defesa da vida, desde a sua concepção até à sua fase final, que é a morte natural.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO D. Peter Rajic contra a interrupçã­o da vida uterina

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