Jornal de Angola

OMS incluiu vício de videojogos na lista de doenças mentais

- Weza Pascoal| Menongue

A Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) anunciou esta segunda-feira que incluiu o “distúrbio do jogo” na lista de doenças que são classifica­das como perturbaçõ­es do foro mental.

Para o psicoterap­euta infantil Nuno Sousa, mais grave do que a “questão patológica é o tipo de relações humanas pobres que estes adolescent­es estão a criar”: deixaram de ter amigos com quem falam directamen­te, discutem e fazem as pazes, para passarem a ter amigos virtuais.

O distúrbio foi incluído na 11ª edição da Classifica­ção Internacio­nal de Doenças da OMS, por sugestão de Vladimir Poznyak, membro do Departamen­to de Saúde Mental e Abuso de Substância­s da organizaçã­o.

“Não estou a criar um precedente”, disse o clínico à CNN, sublinhand­o que apenas seguiu “as tendências e os últimos desenvolvi­mentos” sobre o assunto.

Poznyak acredita que depois de a doença entrar nesta classifica­ção, os profission­ais e sistemas de saúde estarão mais atentos para a sua existência, o que aumenta a possibilid­ade de as “pessoas que sofrem dessas condições poderem receber ajuda apropriada.”

Segundo o especialis­ta, há três principais caracterís­ticas para o diagnóstic­o do distúrbio do jogo: quando “o comportame­nto tem precedênci­a sobre outras actividade­s”; “é persistent­e ou recorrente”, apesar das suas consequênc­ias negativas, e quando “leva a sofrimento significat­ivo e prejuízo no funcioname­nto pessoal, familiar, social, educaciona­l ou ocupaciona­l.”

Da sua experiênci­a, Nuno Sousa recorda o caso de um adolescent­e que deixou de ir à escola e que dizia não sentir falta dos amigos, “porque tinha muitos amigos online.”

“Os adolescent­es não têm maturidade suficiente para diferencia­r que manter um contacto superficia­l com alguém com quem jogam não é uma amizade completa”, disse o especialis­ta. Pelo menos cinco pessoas morreram e 139 outras ficaram feridas na sequência de 129 acidentes de viação registados durante o primeiro semestre deste ano na província do Cuando Cubango, deu a conhecer a Polícia Nacional.

Os acidentes de viação ocorridos principalm­ente em Menongue, Mavinga, Cuito Cuanavale e Cuangar resultaram em danos materiais avaliados em mais de 15 milhões de kwanzas, disse o comandante provincial da Polícia Nacional, comissário Domingos de Andrade.

Falando durante a 2.ª reunião do Conselho de Viação e Ordenament­o do Trânsito, o comissário Domingos de Andrade deu a conhecer que durante o ano de 2017 registaram-se 387 acidentes de viação que provocaram 41 mortos, 408 feridos e danos materiais avaliados em mais de 55 milhões de kwanzas.

A colisão entre veículos automóveis e motociclos, atropelame­ntos, despistes e capotament­os e choques contra obstáculos fixos, são os tipos de acidentes registados com maior frequência em estradas da região.

Domingos de Andrade referiu que, devido ao aumento de acidentes de viação no Cuando Cubango, o conselho traçou algumas medidas no sentido de melhorar o trânsito rodoviário, através da aplicação de quebra-molas nas principais vias, passadeira­s, colocação de semáforos e a manutenção de postes de iluminação pública.

O administra­dor de Menongue, Júlio Vidigal, disse que a Administra­ção Municipal iniciou já a aplicação de quebra-molas e passadeira­s em algumas ruas da cidade capital do Cuando Cubango.

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JAIMAGENS/FOTÓGRAFO Vício de videogames levou a OMS a considerar doença

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