Invasão à Praça vermelha
A disputa do campeonato do Mundo na Rússia está a ser uma excelente oportunidade para muitos adeptos, que aqui acorreram, conhecerem locais históricos, que se tornaram turísticos, deste gigantesco país do leste da Europa.
O centro da cidade de Moscovo, onde se encontra a Praça vermelha, o Kremlin e outros edifícios históricos e de grande atracção turística é a “Meca” dos turistas e adeptos dos vários países presentes na Copa e também dos amantes da bola de outras regiões, que não se qualificaram para a festa planetária do futebol. É nesta parte da cidade onde se encontra a sede do governo russo, a Duma, sede do parlamento, museus, igrejas seculares e os grandes e melhores hotéis da urbe. O Carlton é um dos mais caros, e teve o privilégio de receber o rei saudita, que veio a Moscovo assistir a partida inaugural do Mundial.
Relatos revelam que o soberano saudita alugou todo o hotel para o seu séquito, que desembarcou em duas grandes aeronaves. A sua saída do aeroporto de Bukovo para o centro da cidade provocou um grande engarrafamento de quilómetros na avenida Lénine, obrigandonos a ficar parados durante duas horas, para que passasse com a sua comitiva de mais de duzentas pessoas!!!.
Aquela parte da cidade de Moscovo regista uma grande movimentação de pessoas de várias origens e raças, que enchem por completo durante todo o dia os espaços. Há horas em que as pessoas são tantas que os choques são inevitáveis. Grupos organizados de adeptos entoam os seus cânticos, outros gritam os nomes dos seus países ou dos seus craques presentes na Copa.
Aliás, a Praça Vermelha de Moscovo é como o Vaticano está para Roma. Quem vai a capital da Rússia e não visite a histórica praça é como se lá não tivesse estado.
Terça-feira, na breve visita à famosa praça de Moscovo, constatamos a movimentação incomum de gentes de todas as latitudes, mas como o jogo entre Polónia e Senegal estava à porta, foram os adeptos do país do leste europeu que inundaram as artérias do centro de Moscovo e arredores. Mas, os seguidores do Senegal, apesar de menos numerosos, marcaram presença e não deixaram ficar os seus créditos em mãos alheias. Com os cânticos e a dança, que caracterizam os africanos, espalharam o seu perfume pela ruas da região e chegaram mesmo a silenciar os barulhentos adeptos polacos, que apenas gritavam “leva, leva, leva”, uma referência à sua principal estrela, Levandowski, na tentativa de abafar o ritmo contagiante dos senegaleses, espontaneamente aplaudidos pelos adeptos de outras nacionalidades.
Quem está a tirar proveito desta movimentação inusitada no centro histórico de Moscovo são os donos de restaurantes, bares e cafés que, mesmo sendo muitos naquela parte da cidade, registam grandes enchentes, sendo alguns obrigados a recrutar trabalhadores eventuais para atender à grande demanda.
Conseguir um lugar num destes lugar é muito difícil e ser atendido muito mais ainda. É um exercício que exige muita paciência, quando se está com fome ou sede. As lojas de venda de lembranças também estão a facturar como nunca.
A movimentação naquela parte a cidade é ainda maior na hora dos jogos, quando muitos citadinos se deslocam para as três “Fun Zone” da FIFA estrategicamente aí colocadas, juntando-se aos milhares de turistas que entram e saem daquela área, principalmente quando é a equipa da casa a jogar. O ambiente de festa nesta parte da urbe começa de manhã e só termina de madrugada. Enfim, é a festa do futebol que se aliou à grande atracção que o centro da cidade de Moscovo tem para os turistas e os próprios citadinos.