Itália e Malta voltam a recusar entrada de barco com migrantes
O barco da Organização NãoGovernamental (ONG) alemã Lifeline continua no Mediterrâneo, com mais de 200 pessoas resgatadas a bordo, à espera de ser autorizado a atracar num porto seguro, depois das recusas de Itália e Malta.
A embarcação resgatou na noite de quarta-feira 224 pessoas e ontem participou no salvamento de mais 113 migrantes, que agora se encontram num navio mercante, disse à agência noticiosa Efe o porta-voz desta ONG, Axel Steier.
O ministro das Infraestruturas e dos Transportes de Itália, Danilo Toninelli, instou Malta a receber estas pessoas, uma vez que a embarcação está mais perto da costa deste país, o que fora confirmado pela Agência Europeia de Controlo de Fronteiras (Frontex). Mas as autoridades de Malta recusaram receber o navio com imigrantes.
Em comunicado, o Governo de La Valeta afirmou que não pode ser “responsável pela irresponsabilidade de um barco que navega com carga a mais, uma vez que só tem capacidade para 50 pessoas e leva a bordo mais de 200”. Entendeu também o Governo maltês que “o barco não declarou estar em situação de perigo”, pelo que não é necessário que o país assuma a situação por estar próximo das suas águas, como pretende a Itália.
Os dirigentes da Malta acrescentaram que a responsabilidade pelo navio deve ser exercida pelo Estado do qual exibe a bandeira, que é a dos Países Baixos, pelo que apenas se vão limitar a “controlar e proporcionar assistência em casos médicos urgentes e qualquer fornecimento que seja necessário”.
A embarcação está registada na Real Associação Holandesa de Desportos Aquáticos, confirmou este organismo à rede de televisão NOS. A própria ONG alemã publicou nas redes sociais documentos que o provam e que são válidos desde 19 de Setembro de 2017 até 2019.