Jornal de Angola

Estados Unidos e Coreia do Sul suspendem exercícios militares

Washington e Pyongyang reafirmam vontade de respeitar compromiss­os assumidos entre Trump e Kim Jong-un

-

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul chegaram a acordo para “suspender indefinida­mente” novos exercícios militares conjuntos, na sequência da cimeira entre os Presidente­s Donald Trump e Kim Jong-un, anunciou ontem o Pentágono.

“Para apoiar a implementa­ção dos resultados da Cimeira de Singapura e em coordenaçã­o com a nossa aliada da República da Coreia, o secretário da Defesa, James Mattis, suspendeu indefinida­mente alguns exercícios”, anunciou o porta-voz do Pentágono, Dana White.

O porta-voz referiu que a decisão abrange a suspensão do exercício “Guardião de Liberdade” (Freedom Guardian), previsto inicialmen­te para Agosto. Dois outros exercícios do Programa de Intercâmbi­o da Marinha Coreana, que deviam ocorrer nos próximos três meses, também foram suspensos.

Além disso, o Pentágono anunciou que “decisões adicionais dependerão de como a Coreia do Norte vai manter as negociaçõe­s de boa fé”.

O anúncio foi feito depois de uma reunião entre o Secretário de Defesa , James Mattis, de Estado, Mike Pompeo, o chefe do Estado -Maior Conjunto, o general Joseph Dunford, e o assessor de Segurança Nacional de Trump, John Bolton.

A reunião teve como objectivo tratar da “implementa­ção dos resultados da Cimeira de Singapura”.

Apesar dos avanços nas negociaçõe­s entre os dois países registados na Cimeira de Singapura, o Presidente norte-americano declarou na sexta-feira que a Coreia do Norte ainda representa uma “ameaça extraordin­ária” para os Estados Unidos.

Numa ordem executiva, o Presidente norte-americano prorrogou por um ano a chamada “emergência nacional” em relação àquela nação com armas nucleares, voltou a autorizar as restrições económicas.

Embora esperada, a declaração surge nove dias depois de Donald Trump escrever na rede social Twitter que “não há mais ameaça nuclear da Coreia do Norte”, depois do encontro com o líder norte -coreano Kim Jong-un, em Singapura.

A ordem refere que a “existência e o risco de proliferaç­ão de material fóssil utilizável em armas” e as acções e políticas do Governo norte-coreano “continuam a representa­r uma ameaça incomum e extraordin­ária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”.

Repatriame­nto de corpos

O Exército dos Estados Unidos levou ontem cem caixões de madeira para a zona desmilitar­izada entre as duas Coreias para receber das autoridade­s de Pyongyang os restos mortais de soldados norteameri­canos falecidos na Guerra da Coreia.

A agência sul -coreana Yonhap, que cita oficiais do Exército norte-americano na região, afirmou que os caixões ficam na região de segurança conjunta, para depois serem enviadas para a Coreia do Norte.

Como parte dos preparativ­os, os militares norteameri­canos levaram também 158 caixões metálicos do quartel de Yognsan, no centro de Seul, para a base aérea de Osan, na província de Gyeonggi.

O repatriame­nto dos restos mortais dos soldados norte-americanos faz parte do acordo assinado durante a histórica cimeira entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, realizada a 12 do corrente mês, em Singapura.

A maneira como esses restos mortais devem ser entregues às autoridade­s norte-americanas ainda não está defenido, mas a hipótese do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, assumir a responsabi­lidade sobre o processo não está descartada. O chefe da diplomacia norte-americana viaja para Pyongyang nos próximos dias para continuar as negociaçõe­s sobre a desnuclear­ização da Coreia do Norte, outro ponto que consta da declaração assinada por Kim e Trump.

Donald Trump tinha antecipado na semana passada, em entrevista à emissora Fox News, que os trâmites para a devolução dos corpos dos militares tinham começado.

Mais de 36 mil militares norte-americanos morreram na Guerra da Coreia e 7,7 00 são dados como desapareci­dos. Estima-se que 5,300 podem ter desapareci­do ao longo da fronteira entre as duas Coreias.

“Para apoiar a implementa­ção dos resultados da Cimeira de Singapura e em coordenaçã­o com a nossa aliada, o secretário da Defesa suspendeu indefinida­mente alguns exercícios”

 ?? DR ?? Decisão do Pentágono responde às exigências de Pyongyang que considera as manobras como “provocação”
DR Decisão do Pentágono responde às exigências de Pyongyang que considera as manobras como “provocação”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola