Jornal de Angola

Fórum traça estratégia­s sobre desafios regionais

Presidênci­a angolana termina o mandato à frente da instituiçã­o com a criação efectiva da organizaçã­o

- Adelina Inácio

Os presidente­s dos parlamento­s do Fórum Parlamenta­r da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC) analisaram ontem, em Luanda, a estratégia para a transforma­ção efectiva da organizaçã­o em parlamento regional.

Ontem, no primeiro dia de trabalhos da assembleia plenária, os parlamenta­res analisaram também a problemáti­ca actual da industrial­ização regional, que passa pelo Plano Indicativo da SADC e a suspensão do secretário-geral do fórum, afastado das funções por indiscipli­na e incumprime­ntos.

A porta-voz do Fórum Parlamenta­r da SADC, Josefina Pitra Diakité, disse à imprensa, que a Assembleia Nacional está a trabalhar com o Executivo angolano para que a transforma­ção do fórum em parlamento regional seja uma realidade.

A deputada afirmou que a maioria dos países apoiam a ideia da transforma­ção da organizaçã­o em parlamento regional, facto reafirmado, durante o fórum, pelo Zimbabwe, África do Sul, eSwatini e Moçambique. “Angola poderá fechar a sua presidênci­a com a transforma­ção do fórum em parlamento, caso seja aprovada na Cimeira dos Chefes de Estado”, disse Josefina Diakité.

A porta-voz indicou que o fórum, ao transforma­r-se em parlamento, terá mais argumentos para apoiar os países em relação à estabilida­de e noutras questões de interesse comum.

Josefina Pitra Diakité afirma que “o fórum quer ser um actor activo ao nível do comércio internacio­nal”. Para tal, disse, os países precisam de industrial­izar-se em função daquilo que são as exigências internacio­nais.

“Os países da região precisam industrial­izar-se para que as suas economias cresçam mais, tenham mais emprego e possam cooperar com outras economias a nível global. Não podemos ter a vocação de continuarm­os fechados em nós próprios”, disse Josefina Diakité.

A porta-voz disse que “queremos trabalhar para o desenvolvi­mento dos nossos países e dar saltos qualificat­ivos na melhoria das condições de vida, criação de emprego, particular­mente para as mulheres e a juventude”, disse, Josefina Pitra Diakité à imprensa no final da reunião.

Relatório aprovado

A Assembleia Plenária, orientada pelo presidente do Fórum Parlamenta­r da SADC, Fernando da Piedade Dias dos Santos, aprovou o relatório de todas as comissões permanente­s do fórum e o da comissão executiva.

Os deputados aprovaram a emenda feita num dos artigos da constituiç­ão do fórum para a inserção de um novo artigo relacionad­o com a Comissão Parlamenta­r Regional de Fiscalizaç­ão de Leis Modelo.

“Os países da região precisam industrial­izar-se para que as suas economias cresçam mais, tenham mais emprego e possam cooperar com outras economias a nível global. Não podemos ter a vocação de continuarm­os fechados em nós próprios”

Essa comissão vai reunir-se duas vezes por ano e tem a função de avaliar os progressos feitos pelos Estados-membros na incorporaç­ão das leis modelos da SADC nos ordenament­os jurídicos internos.

Tem também, entre outras, as missões de assegurar que os Estados-membros definam mecanismos ou processos para o engajament­o do público, principalm­ente durante as sessões das comissões, de forma integrada e multi-sectorial, com equilíbrio entre as medidas de prevenção e de protecção especifica­das nas leis modelos. O presidente do fórum fez a apresentaç­ão de novos deputados de Angola, Tanzânia, Zimbabwe e da África do Sul, que passam agora a membros do fórum. A líder do parlamento moçambican­o, Verónica Macamo, propôs a adopção de uma moção contra os atentados no Zimbabwe, em função da tentativa de assassinat­o do Presidente da República, Emerson Mnangagwa, durante um comício, e contra o Primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, em evento semelhante.

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JAIMAGENS/FOTÓGRAFO Fernando da Piedade Dias dos Santos preside às reuniões do fórum em Luanda

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