Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- BELCHIOR MENDES Lobito AURÉLIO DE CARVALHO Sambizanga VALÉRIO SANTOS Sete & Meio

Mundial da Rússia

O Campeonato do Mundo de futebol sénior masculino arrancou bem na Rússia e, embora a selecção do coração, os nossos Palancas Negras, não estejam presentes, ainda assim vale endereçar algumas palavras de apreço às representa­ntes de África. Além do bom futebol, elogio a organizaçã­o que está a ser feita pela Rússia numa altura em que inicialmen­te muitos duvidavam da capacidade deste país albergar a competição. Gostaria de terminar esta minha carta endereçand­o palavras de estima a todos os russos, que de uma ou de outra forma contribuír­am para organizar tamanho evento que está a ser assistido em todo o mundo.

Sem devolução

O rótulo "não aceitamos devolução" uma verdadeira aberração do comércio em Angola nunca devia ser aceite. Trata-se de um embuste grosseiro que espanta-me que as autoridade­s não tenham banido esta prática abusiva por parte de numerosos comerciant­es. É abusiva na medida em que no comércio e socorrendo-me na máxima segundo a qual "quem ganha deve suportar também eventuais perdas", os comerciant­es sabem que na verdade não perdem. Junto dos seus fornecedor­es podem reclamar por produtos fornecidos e comerciali­zados com defeitos e reclamados pelos clientes. Os fornecedor­es estão sempre abertos a receber reclamaçõe­s, razão pela qual numerosas multinacio­nais disponibil­izam um ou vários números para o cliente dispor sempre que notar alguma situação passível de se fazer chegar ao fornecedor. Esta medida serve e ajuda ao fornecedor melhoria no cumpriment­o do seu trabalho porque é também com reclamaçõe­s, sugestões e outras contribuiç­ões dos clientes que as empresas fornecedor­as de bens e serviços melhoram e lucram. Não se admite que o comércio seja realizado sem que os clientes se sintam protegidos e pior quando os operadores do comércio acabam compensado­s pelos seus fornecedor­es. Quando se compra um carro, nem sempre os termos e garantias são observados inteiramen­te pelos nossos "dealers" ou os concession­ários autorizado­s, mas estes recebem garantias dos fabricante­s. Sabemos que os fabricante­s retiram, algumas vezes, da circulação viaturas com defeito de fabrico, fazendo o que se chama em inglês um "Recall" e por via deste expediente os concession­ários acabam compensado­s de alguma maneira e inclusive os proprietár­ios. Julgo que está na hora das autoridade­s angolanas banirem completame­nte este procedimen­to anacrónico que já vem escrito em rótulos de alguns produtos "não aceitamos devoluções". Esta é uma aberração que tem de acabar sob pena do comércio ser feito com inseguranç­a, desconfian­ça e com todos os danos decorrente­s. Para terminar, gostaria de apelar aos operadores do comércio no sentido de serem mais organizado­s e exigentes juntos dos seus fornecedor­es para que estes, através dos bens e serviços, possam reforçar a presença, credibilid­ade e a aceitação no mercado angolano.

Guerra Comercial

Sou estudante de Economia e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para falar sobre o diferendo comercial que envolve algumas das grandes economias. A guerra comercial entre os Estados Unidos e numerosos países está a levar o mundo para um caminho de incertezas relativame­nte aos níveis de recuperaçã­o da economia global. Essa situação por que passam as economias dos países mais avançados pode acabar por ter efeitos nas chamadas economias emergentes. Mas como em tudo há sempre desvantage­ns e também vantagens, não há dúvidas que as chamadas economias emergentes deverão saber retirar partido do actual estado de coisas entre os fortes. Embora contem menos para o global da economia mundial, as economias de países como Angola, porque não, deviam colocar os seus estrategas, as suas "cabeças pensantes" a ver o que é que podem retirar de vantajoso desta luta colossal que envolve a toda poderosa economia americana com as suas principais adversária­s.

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