CARTAS DOS LEITORES
Mundial da Rússia
O Campeonato do Mundo de futebol sénior masculino arrancou bem na Rússia e, embora a selecção do coração, os nossos Palancas Negras, não estejam presentes, ainda assim vale endereçar algumas palavras de apreço às representantes de África. Além do bom futebol, elogio a organização que está a ser feita pela Rússia numa altura em que inicialmente muitos duvidavam da capacidade deste país albergar a competição. Gostaria de terminar esta minha carta endereçando palavras de estima a todos os russos, que de uma ou de outra forma contribuíram para organizar tamanho evento que está a ser assistido em todo o mundo.
Sem devolução
O rótulo "não aceitamos devolução" uma verdadeira aberração do comércio em Angola nunca devia ser aceite. Trata-se de um embuste grosseiro que espanta-me que as autoridades não tenham banido esta prática abusiva por parte de numerosos comerciantes. É abusiva na medida em que no comércio e socorrendo-me na máxima segundo a qual "quem ganha deve suportar também eventuais perdas", os comerciantes sabem que na verdade não perdem. Junto dos seus fornecedores podem reclamar por produtos fornecidos e comercializados com defeitos e reclamados pelos clientes. Os fornecedores estão sempre abertos a receber reclamações, razão pela qual numerosas multinacionais disponibilizam um ou vários números para o cliente dispor sempre que notar alguma situação passível de se fazer chegar ao fornecedor. Esta medida serve e ajuda ao fornecedor melhoria no cumprimento do seu trabalho porque é também com reclamações, sugestões e outras contribuições dos clientes que as empresas fornecedoras de bens e serviços melhoram e lucram. Não se admite que o comércio seja realizado sem que os clientes se sintam protegidos e pior quando os operadores do comércio acabam compensados pelos seus fornecedores. Quando se compra um carro, nem sempre os termos e garantias são observados inteiramente pelos nossos "dealers" ou os concessionários autorizados, mas estes recebem garantias dos fabricantes. Sabemos que os fabricantes retiram, algumas vezes, da circulação viaturas com defeito de fabrico, fazendo o que se chama em inglês um "Recall" e por via deste expediente os concessionários acabam compensados de alguma maneira e inclusive os proprietários. Julgo que está na hora das autoridades angolanas banirem completamente este procedimento anacrónico que já vem escrito em rótulos de alguns produtos "não aceitamos devoluções". Esta é uma aberração que tem de acabar sob pena do comércio ser feito com insegurança, desconfiança e com todos os danos decorrentes. Para terminar, gostaria de apelar aos operadores do comércio no sentido de serem mais organizados e exigentes juntos dos seus fornecedores para que estes, através dos bens e serviços, possam reforçar a presença, credibilidade e a aceitação no mercado angolano.
Guerra Comercial
Sou estudante de Economia e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para falar sobre o diferendo comercial que envolve algumas das grandes economias. A guerra comercial entre os Estados Unidos e numerosos países está a levar o mundo para um caminho de incertezas relativamente aos níveis de recuperação da economia global. Essa situação por que passam as economias dos países mais avançados pode acabar por ter efeitos nas chamadas economias emergentes. Mas como em tudo há sempre desvantagens e também vantagens, não há dúvidas que as chamadas economias emergentes deverão saber retirar partido do actual estado de coisas entre os fortes. Embora contem menos para o global da economia mundial, as economias de países como Angola, porque não, deviam colocar os seus estrategas, as suas "cabeças pensantes" a ver o que é que podem retirar de vantajoso desta luta colossal que envolve a toda poderosa economia americana com as suas principais adversárias.